Esturjões chineses criados artificialmente em Shanghai. Zhang Haifeng/China Daily
Pesquisadores do Centro de Pesquisa e Conservação da Vida Selvagem Aquática de Shanghai criaram com sucesso esturjões chineses por meio de inseminação artificial, pela primeira vez, gerando quase 5.000 alevinos da espécie ameaçada de extinção.
Pelas 22h do dia 1º de outubro, a base do centro no distrito de Chongming, em Shanghai, assistiu ao primeiro filhote de esturjão chinês criado artificialmente emergir, após mais de 100 horas de incubação, seguido por milhares de outros nos dias seguintes.
A partir de 8 de outubro, os primeiros alevinos cresceram até 18 milímetros de comprimento, com todos os outros esturjões recém-nascidos do mesmo lote apresentando desenvolvimento saudável. Esta é a primeira vez que Shanghai cria artificialmente esta espécie.
"Após 20 anos de esforços, finalmente criamos artificialmente esturjões chineses em Shanghai, graças às iniciativas de proteção do rio Yangtze", disse Zheng Yueping, vice-diretor do centro de pesquisa.
A ilha de Chongming, onde o centro de pesquisa está localizado, fica localizada na foz do rio Yangtze.
O esturjão chinês, reverenciado como um "fóssil vivo", crucial para entender a evolução dos peixes, habita os rios há cerca de 140 milhões de anos. Apesar de ser uma vida selvagem sob proteção de primeira classe na China, sua capacidade de se reproduzir naturalmente na natureza havia cessado. Em julho de 2022, a União Internacional para a Conservação da Natureza declarou o esturjão do Yangtze extinto na natureza.
Em 2021, o centro lançou seu programa para dominar técnicas de criação artificial de esturjão. Depois de formar uma força-tarefa especial no final de 2023, os pesquisadores embarcaram em um processo para selecionar e preparar peixes-mãe adequados.
Superando contratempos, como a saúde comprometida dos peixes, a equipe refinou as condições da água, fontes de alimentação e controles de temperatura por meio de tentativa e erro.
Os esforços finalmente valeram a pena, quando 13 peixes progenitores adequados para reprodução artificial — oito machos e cinco fêmeas — receberam sinal verde após exames de saúde para a tentativa em meados de setembro deste ano.
Em 24 de setembro, quatro esturjões chineses machos adultos e quatro fêmeas foram escolhidos e inseminados em dois lotes para maximizar as chances de sucesso.
O ajuste rápido dos fluxos de trabalho permitiu que os pesquisadores superassem obstáculos como dificuldades para induzir a ovulação e desenvolvimento dessincronizado de ovos durante esse período crítico.
O centro otimizará ainda mais os procedimentos experimentais e padronizará as técnicas, estabelecendo as bases para a próxima fase de pesquisa e futura reprodução artificial em larga escala de esturjões chineses em Shanghai.
Embora o acontecimento marque a primeira reprodução artificial de esturjões em Shanghai, outras instituições na bacia do rio Yangtze estão também ativamente envolvidas em tais esforços de conservação para esta espécie ameaçada.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, mais de 1 milhão de esturjões chineses criados artificialmente foram soltos na natureza este ano até junho.
