Veículos de soldados da paz da ONU (UNIFIL) circulam em Marjayoun, perto da fronteira com Israel, em meio a hostilidades entre o Hezbollah e as forças israelenses, no sul do Líbano, em 11 de outubro de 2024.
O presidente francês Emmanuel Macron, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez emitiram uma declaração conjunta na sexta-feira, condenando o recente ataque à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla inglesa) pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa).
De acordo com um comunicado à imprensa do Eliseu, a declaração dizia "Expressamos nossa indignação depois que vários soldados da paz terem sido feridos em Naqoura. Esses ataques constituem uma violação grave das obrigações de Israel sob a UNSCR 1701 e sob o direito internacional humanitário. Os ataques são injustificáveis e devem terminar imediatamente".
A UNIFIL disse na quinta-feira que um tanque israelense disparou contra uma torre de vigia em sua sede em Naqoura, sul do Líbano, ferindo dois membros.
Ele disse que os soldados da IDF dispararam também contra uma posição da ONU em Labbouneh, atingindo a entrada do bunker onde os soldados da paz estavam abrigados, danificando veículos e um sistema de comunicação.
A UNIFIL disse na sexta-feira que mais dois soldados da paz ficaram feridos em duas explosões perto de uma torre de vigia na área da fronteira libanesa de Labbouneh.
De acordo com uma postagem da UNIFIL no X, várias paredes na posição da ONU perto da Linha Azul em Labbouneh desabaram quando uma lagarta israelense atingiu o perímetro, sendo que os tanques israelenses se aproximaram posteriormente da posição da ONU.
"Lembramos que todos os soldados da paz devem ser protegidos e reiteramos nossos elogios ao compromisso contínuo e indispensável das tropas/pessoal da UNIFIL neste contexto tão desafiante", acrescentou a declaração conjunta.
Os líderes pediram ainda um cessar-fogo imediato, bem como a implementação completa da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU (UNSCR1701) por todas as partes - a única maneira de permitir que os povos israelense e libanês retornem para suas casas em segurança.
A Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU foi adotada em 2006, apelando ao fim das hostilidades entre Israel e o Líbano.
Desde 23 de setembro, o exército israelense vem lançando um ataque aéreo intensivo e sem precedentes ao Líbano em uma escalada com o Hezbollah.
Desde o início de outubro, o exército israelense vem realizando operações terrestres contra alvos do Hezbollah perto da fronteira libanesa e intensificando seus ataques aéreos e bombardeios de artilharia, especialmente nos subúrbios ao sul de Beirute, o reduto do Hezbollah.
