Geng Shuang, vice-representante permanente da China nas Nações Unidas, repetiu o apelo na segunda-feira para que Israel cumpra suas obrigações sob o direito humanitário internacional colocando vidas e humanidade em primeiro lugar.
No briefing do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina, Geng disse que, apesar das quatro resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança, das ordens do Tribunal de Internacional de Justiça sobre medidas provisórias e dos enormes esforços da ONU e de outras agências humanitárias, a situação humanitária na Faixa de Gaza tem piorado constantemente, e as violações do direito internacional, em particular, do direito humanitário internacional, persistiram sem parar.
Ele observou que na semana passada, um veículo da ONU que apoiava a campanha de vacinação contra a poliomielite em Gaza aprovada por Israel foi detido à força por quase oito horas, durante as quais tiros foram disparados. Também na semana passada, seis funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) foram mortos em um ataque aéreo.
"A China condena fortemente esses ataques terríveis a agências e trabalhadores humanitários, que são inaceitáveis", disse ele.
A UNRWA é autorizada pela Assembleia Geral da ONU para fornecer ajuda aos refugiados palestinos e é um pilar de força para as operações humanitárias em Gaza, enfatizou Geng.
Mesmo nos momentos mais perigosos, a UNRWA não abandonou Gaza e, até o momento, 224 de seus funcionários morreram no cumprimento do dever, disse o embaixador.
"Prestamos a maior homenagem a todos os trabalhadores humanitários que ainda estão lá, e nossas condolências pela morte daqueles que fizeram o sacrifício final", disse ele, pedindo a Israel que investigue seriamente todos os ataques a trabalhadores humanitários e responsabilize os culpados.
Geng enfatizou que a continuação da campanha de vacinação contra a poliomielite é uma prova significativa de que, quando as partes mostram vontade política, a ampliação das operações humanitárias em Gaza é perfeitamente possível.
"A China repete seu apelo a Israel para cumprir suas obrigações sob o direito humanitário internacional colocando vidas e humanidade em primeiro lugar, suspender imediatamente o bloqueio, abrir todas as travessias, eliminar as restrições às entregas humanitárias, cessar e desistir de atacar a ONU e outras agências humanitárias e fornecer acesso seguro e desimpedido às operações dessas agências", disse o embaixador.