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Incêndios no Brasil já consumiram 11,39 milhões de hectares este ano

Fonte: Xinhua    13.09.2024 15h54

Os incêndios registrados no Brasil este ano até agosto afetaram 11,39 milhões de hectares, dos quais 5,65 milhões foram consumidos apenas no mês de agosto, representando 49% do total deste ano, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas divulgados nesta quinta-feira.

Nos primeiros oito meses do ano, o fogo se espalhou principalmente em áreas de vegetação nativa, que representaram 70% do que foi queimado. As zonas rurais foram as mais afetadas pelos incêndios, com 24,7% do total.

As formações de savana, florestas e campos inundados também foram fortemente afetadas, com 17,9%,16,4% e 9,5% respectivamente. As pastagens representaram 21,1% da área total afetada.

Neste período, os estados de Mato Grosso, Roraima e Pará foram os mais afetados, com mais da metade, 52%, da área queimada. São três estados da Amazônia, bioma mais afetado até agosto de 2024. O fogo consumiu 5,4 milhões de hectares do bioma nesses oito meses.

Em agosto de 2024, o Pantanal havia queimado 1,22 milhão de hectares, um aumento de 249% nas áreas afetadas pelos incêndios em comparação com a média dos cinco anos anteriores. A Mata Atlântica teve 615 mil hectares afetados pelo fogo, enquanto na Caatinga os incêndios atingiram 51 mil hectares. Nos Pampas, por sua vez, apenas 2.700 hectares foram queimados no período de oito meses.

Na comparação entre os meses de agosto de 2023 e de 2024, este ano os incêndios afetaram mais 3,3 milhões de hectares, o que representa um aumento de 149%.

Segundo a instituição, foi o pior agosto da série Monitor do Fogo, iniciada em 2019.

Os estados de Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul foram os mais afetados no mês.

Destaca-se o aumento de 2.510% no número médio de incêndios no estado de São Paulo em agosto, em comparação com a média dos últimos seis anos. Este ano foram queimados 370,4 mil hectares, 356 mil hectares a mais que em agosto dos anos anteriores.

"A maioria dos incêndios observados em São Paulo começaram em áreas agrícolas, principalmente nas plantações de cana-de-açúcar, que foram as áreas mais afetadas do estado", disse a pesquisadora Natália Crusco.

Os biomas Cerrado e Amazônia foram os que mais queimaram, respondendo por 43% e 35%, respectivamente, de toda a superfície de combate a incêndios do Brasil durante o período.

Segundo a coordenadora técnica do Monitor do Fogo, Vera Arruda, o aumento das queimadas no Cerrado foi alarmante em agosto: o bioma, extremamente vulnerável no período de seca, registrou a maior extensão de queimadas nos últimos seis anos, refletindo a baixa qualidade do ar nas cidades.

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