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Parceria verde China-África fomenta futuro sustentável compartilhado

Fonte: Diário do Povo Online    28.08.2024 09h20

Consumidores testam uma mota elétrica na Hanlin Africa New Energy Technology Company Limited, em Nairóbi, Quênia, em 2 de maio de 2024. (Li Yahui/Xinhua)

A China, com sua vasta experiência e recursos, surge como um parceiro ideal na transição verde da África. Sua colaboração não só é mutuamente benéfica, como é também essencial para um futuro sustentável e compartilhado para todos.

A parceria cada vez mais estreita entre a China e África em energia renovável tem impulsionado o continente em direção ao desenvolvimento sustentável e, portanto, a um futuro mais verde, exemplificando como a colaboração Sul-Sul pode enfrentar os desafios globais.

A África, uma das regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas, enfrenta uma necessidade urgente de transição para uma economia verde e de baixo carbono. A dependência do continente da agricultura, altamente suscetível a flutuações climáticas, aumenta sua vulnerabilidade.

Apesar desses desafios, a África tem um potencial imenso. Sua população jovem e dinâmica, juntamente com uma mudança de política em direção à energia verde e ao crescimento sustentável, posiciona o continente para um progresso significativo.

A China, com sua vasta experiência e recursos, surge como parceiro ideal na transição verde da África. Enquanto fabricante e exportadora líder de produtos de energia renovável, a China está ajudando a fornecer energia limpa, confiável e acessível às regiões que mais precisam.

À medida que a África aproveita seus recursos naturais e a China compartilha sua capacidade tecnológica, a colaboração é mais do que meramente benéfica para ambas as partes, sendo essencial para um futuro sustentável e compartilhado para todos.

"Os painéis solares e as baterias se tornaram acessíveis para muitos, incluindo alguns países africanos onde as partes mais remotas não têm perspetiva de serem conectadas à rede pelos próximos 20 anos ou mais", afirmou Brains Muchemwa, economista, em declarações à Xinhua.

Conjuntos de painéis do Projeto de Energia Solar Térmica Concentrada de Redstone próximo de Postmasburg, na Província do Cabo Setentrional da África do Sul. (Zhang Yudong/Xinhua)

"O impacto que isso teve nos meios de subsistência, particularmente na agricultura, saneamento, educação e saúde, é enorme, melhorando as condições gerais de vida de milhões de africanos", disse Muchemwa.

O apoio da China tem sido crucial para o sucesso do desenvolvimento da África, e Beijing tem consistentemente se alinhado com as aspirações dos países em desenvolvimento, incluindo o Quênia, disse Moses Masika Wetangula, porta-voz da Assembleia Nacional do Quênia.

"A experiência da China no desenvolvimento de energia renovável é digna de referência para os países africanos. Neste campo, os países africanos e a China têm enorme potencial de cooperação", disse Youba Sokona, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, em uma entrevista ao China Energy News.

Nos últimos anos, sob a estrutura do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) e da Iniciativa Cinturão e Rota, cada vez mais empresas chinesas desenvolveram parcerias e colaboraram com governos e empresas africanas para desenvolver projetos de energia renovável, que vão desde energia hidrelétrica e eólica até energia solar e geotérmica.

No nordeste do Quênia, um país onde 87% da eletricidade provém de fontes renováveis, fica a Usina Solar de Garissa, que produz metade da energia solar do país. Depois que a usina construída pela China entrou na rede, a geração de energia solar do Quênia aumentou de 7,44 milhões de quilowatts por hora (kWh) mensalmente em 2021 para uma média de 30 milhões de kWh mensais em 2023.

"Houve um aumento no investimento em Garissa devido à energia de baixo custo, bem como a vários pequenos negócios, como oficinas de soldagem. A usina solar criou também empregos direta e indiretamente", disse Hannington Gochi, especialista em energia renovável da Corporação de Eletrificação Rural e Energia Renovável do Quênia.

Deswin Basson é um engenheiro de operação e manutenção no Parque Eólico De Aar, na Província do Cabo Setentrional, mais de 750 km a nordeste da Cidade do Cabo, África do Sul. Desde 2017, a usina fornece à comunidade local cerca de 760 milhões de KWH de eletricidade estável e limpa todos os anos.

Como parte do programa de responsabilidade social do Parque Eólico De Aar, mais de 4,5 milhões de rands todos os anos (236.000 dólares americanos) são canalizados para um programa de bolsas de estudo, que patrocina mais de 120 alunos, como Deswin, para cursar na faculdade.

A Usina Hidrelétrica Nyabarongo II, localizada na corrente principal do Rio Nyabarongo, na junção das províncias do Norte e do Sul de Ruanda, está em construção e deve ser concluída em 2027.

"Além de aumentar a capacidade de geração de energia, contamos com este projeto para reduzir o custo de fazer negócios e melhorar a qualidade de vida da população por meio do aumento do acesso à energia confiável e acessível", disse Felix Gakuba, diretor administrativo da Energy Development Corporation Limited de Ruanda, uma subsidiária do Rwanda Energy Group.

Em um mundo que coletivamente toma um caminho mais verde, a China e a África estão unidas na vanguarda da transformação energética. Sua parceria não é apenas um catalisador para o crescimento verde da África — é um modelo para expandir a cooperação Sul-Sul rumo a um futuro mais sustentável.

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