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Boom do café na China: próxima grande oportunidade para marcas globais

Fonte: Diário do Povo Online    22.08.2024 09h45

A gigante chinesa do café, Luckin Coffee, recentemente inaugurou sua 20.000ª loja, e a marca alemã Neumann Kaffee Gruppe (NKG), uma das maiores comerciantes de café do mundo, lançou uma subsidiária em Shanghai em agosto - duas boas notícias para os amantes de café na China.

O World Coffee Portal informou que a China havia superado os Estados Unidos no ano passado tendo se tornado o país com o maior número de lojas de café no mundo.

Tradicionalmente uma nação apreciadora de chá, a China agora se destaca como o mercado de café que mais cresce no Leste Asiático, ocupando uma posição única no cenário global do café.

Heyin Cafe na Vila Shangwangyu, no Distrito de Huairou, Beijing, capital da China, em 12 de junho de 2024. (Zhang Chenlin/Xinhua)

Os consumidores chineses de café tornaram-se mais exigentes em seus gostos. O café instantâneo, que antes dominava o mercado chinês, está dando lugar a um aumento significativo no mercado de café moído na hora.

Em 2023, a dimensão do mercado de café da China alcançou cerca de 162,35 bilhões de yuan (aproximadamente 22,76 bilhões de dólares americanos), indicando um crescimento significativo em relação ao ano anterior. O valor deverá ultrapassar 193 bilhões de yuan (aproximadamente 27 bilhões de dólares) até 2024, de acordo com a plataforma de estatísticas alemã Statista.

Os consumidores chineses procuram um café de alta qualidade com ofertas especiais. Eles consideram a origem do café um fator relevante na compra de café recém-preparado, e muitos trabalhadores de colarinho branco estão dispostos a pagar preços premium por cafés de alta qualidade.

As empresas de café na China estão se esforçando para atender aos gostos locais. Uma inovação tem sido o café de chá e o café de frutas, uma mistura que combina as duas bebidas.

"Tal como o chá chinês, que pode ser preparado de diferentes maneiras em outros países, um produto estrangeiro como o café também pode se adaptar ao gosto local", disse Long Ye, fundador da cafeteria Wuyinmen, no município de Chongqing, no sudoeste da China.

Starbucks Reserve Roastery em Shanghai, no leste da China, em 24 de novembro de 2023. (Xinhua/Wang Xiang)

O café se tornou uma bebida amplamente servida na China, após a chegada das marcas estrangeiras, começando com o Starbucks, a primeira grande cadeia de café ocidental a entrar no mercado em 1999, seguida pelo Costa Coffee em 2006 e Tim Hortons em 2019.

Cada vez mais consumidores estão desenvolvendo uma paixão pelo café e a dominar critérios para verificar a sua qualidade. "O café é para mim uma bebida que pode proporcionar conforto físico e psicológico. Espero que os meus clientes desfrutem também dessas sensações", disse Long.

No passado, eram principalmente trabalhadores de colarinho branco do setor da moda que frequentavam as cafeterias na China, atraídos pela atmosfera moderna e pelo apelo da cultura internacional do café. No entanto, isso tem vindo a mudar nos últimos anos.

As entregas rápidas na China facilitam as encomendas de café online. Nas principais cidades, geralmente é necessário menos de uma hora para o café ser preparado e entregue.

Mais de 90% dos 4.000 consumidores de cafeterias chinesas pesquisados bebem café quente semanalmente, enquanto 64% consomem café gelado pelo menos uma vez por semana, segundo o World Coffee Portal em um relatório do ano passado.

Entre 2010 e 2022, o consumo de café por pessoa na China aumentou quatro vezes, segundo a Organização Internacional do Café. Mais da metade dos apreciadores de café chineses consome pelo menos três xícaras por semana, de acordo com a Statista.

A crescente popularidade da cultura do café em toda a China e seu vasto potencial de mercado apresentam uma grande oportunidade que as marcas estrangeiras poderão aproveitar.

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