Os brasileiros perderam 23,9 bilhões de reais (US$ 4,4 bilhões) nos últimos doze meses com apostas esportivas online e taxas de serviço cobradas por empresas de apostas, diz um estudo do Banco Itaú, maior banco financeiro privado do país, com base em dados oficiais, divulgado nesta segunda-feira.
O valor corresponde ao balanço entre vitórias e derrotas com empresas de apostas online, conhecidas como "bets", com base no balanço de pagamentos detalhado do Banco Central, que contabiliza essa atividade ligada a resultados esportivos e viu disparar o segmento "cultural, serviços pessoais e recreativos".
O estudo publicado nesta segunda-feira na edição do jornal Folha de São Paulo considera os gastos com apostas e as taxas cobradas pelas casas de apostas online de junho de 2023 a junho de 2024.
Segundo dados do Banco Central citados pelo relatório do Itaú, os jogadores gastaram cerca de 68,2 bilhões de reais (US$ 12,54 bilhões) em apostas mais taxas de serviço e receberam de volta, no total, 44,3 bilhões de reais (US$ 8,14 bilhões).
O saldo negativo deixado pelas apostas representa 0,2% do Produto Interno Bruto do Brasil, a maior economia da América Latina, em 2023, 0,3% do consumo total e 1,9% da massa salarial, considera o Itaú.
O presidente do Instituto Brasileiro de Jogos Legais, Magno José, considerou que os valores envolvidos no mercado de apostas brasileiro são ainda maiores devido à existência de jogos clandestinos.
Segundo a Folha de São Paulo, dados da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), indicaram que as empresas de apostas online registram movimentações anuais de 110 bilhões de reais (US$ 20 bilhões) por ano no Brasil.
Em 30 de dezembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que regulamenta o mercado de apostas no Brasil.
O projeto estabelece que as empresas terão que pagar 12% sobre o seu faturamento, enquanto os apostadores serão cobrados em 15% sobre o valor líquido dos prêmios que obtiverem em um ano e desde que estes ultrapassem 2.112 reais (US$ 388).
