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Amor de um carioca por Kung Fu chinês

Fonte: Xinhua    19.08.2024 13h09
Amor de um carioca por Kung Fu chinês
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Após participar da cerimônia de formatura de sua filha na educação infantil, Gabriel de Moraes começou a se preparar para uma troca de conhecimentos em acupuntura marcada para aquela tarde. Como sua vida sempre foi muito ligada à China, Gabriel quer que sua filha também crie uma raiz chinesa.

Natural do Rio de Janeiro, Gabriel, de 46 anos, foi influenciado pelo icônico artista marcial Bruce Lee e tornou-se fascinado pelas artes marciais chinesas durante sua juventude.

Ele adotou um nome chinês, "Mo Xiaolong", em homenagem ao nome chinês de Bruce Lee, "Li Xiaolong", sonhando um dia em desenvolver habilidades nas artes marciais que fossem tão impressionantes quanto as de seu ídolo.

Nos primeiros dias, escolas de artes marciais chinesas começaram a surgir em sua cidade natal, atraindo Gabriel com seus treinos diários e demonstrações de Kung Fu.

Enquanto muitos amigos se dedicavam ao futebol, ele optou por aprender com mestres chineses em uma escola local de artes marciais. Em 1999, ele começou a receber treinamento sistemático em Kung Fu, determinado a aprimorar suas habilidades.

Para Gabriel, o conceito de "conquistar o inflexível com o flexível" encontrado nas artes marciais chinesas não só ressoa com a capoeira e o jiu-jitsu brasileiros, mas também contém uma rica "sabedoria oriental". Isso o levou a se aprofundar na cultura tradicional chinesa, explorando e aprendendo em várias frentes.

Em 2008, graças a um programa de intercâmbio entre China e Brasil, Gabriel chegou à Universidade de Medicina Chinesa de Beijing para estudar. Durante sua estadia na China, além de completar seus cursos e estudar acupuntura, aproveitou todas as oportunidades para trocar experiências com instrutores e entusiastas das artes marciais chinesas.

Em sua opinião, tanto a medicina tradicional chinesa, que cura doenças, quanto as artes marciais, que fortalecem o corpo, representam a verdadeira essência do Kung Fu da China.

"Espero aprender essas tradições orientais de Kung Fu e levá-las de volta ao Brasil", afirmou Gabriel, e assim fez. Após concluir seus estudos, ele retornou ao Brasil, onde abriu uma escola de artes marciais em sua cidade natal e começou a ensinar acupuntura, tornando-se um mensageiro da cultura sino-brasileira.

Ao longo de meio século, a China e o Brasil têm promovido ativamente uma cooperação amigável, apesar da grande distância geográfica e das diferenças culturais. Essa relação bilateral é caracterizada por estabilidade e benefícios mútuos.

Em 2011, Gabriel revisitou a China e conheceu uma jovem chinesa em Nanning, no sul da China, com quem se casou no ano seguinte, de volta ao Brasil. Durante esse período, ele continuou atuando como treinador de Kung Fu, permitindo que cada vez mais brasileiros, especialmente jovens, conhecessem o encanto das artes marciais chinesas.

Em 2016, o casal mudou-se para Nanning, onde a carreira do Gabriel ganhou novas oportunidades. Ele trabalhou como treinador estrangeiro em um clube local de artes marciais.

Em 2022, uma aluna sua conquistou o primeiro lugar na categoria infantil feminina de artes marciais tradicionais em um concurso de artes marciais na cidade, reafirmando sua competência e tornando-o uma "estrela" na comunidade de artes marciais local.

Atualmente, Gabriel desfruta de uma vida estável e enriquecedora na China. Em seu tempo livre, ele continua estudando técnicas de diagnóstico e tratamento da medicina tradicional chinesa, utilizando a internet para ensinar alunos brasileiros no hemisfério sul.

"Minha vida se beneficiou do intercâmbio cultural entre China e Brasil", disse Gabriel. "Espero que essa amizade que atravessa oceanos traga ainda mais benefícios aos povos dos dois países."


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