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Confederação agropecuária brasileira comemora avanços impulsionados pelo comércio com a China em 50 anos de relações bilaterais

Fonte: Xinhua    16.08.2024 13h28

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) celebrou na quinta-feira, dia em que se comemoram 50 anos de relações diplomáticas com a China, o notável avanço da agricultura brasileira, impulsionado por um comércio que envia atualmente mais de um terço das suas exportações para o gigante asiático.

Em nota de imprensa, a CNA destacou que a parceria sino-brasileira tem se caracterizado por uma relação "ganha-ganha", com a participação de produtores rurais de diversas regiões e cadeias produtivas do país sul-americano para abastecer o mercado chinês.

A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, destacou que a relevância da agricultura brasileira no mercado internacional também está relacionada ao aumento das importações chinesas.

"Só para dar um exemplo, podemos citar o caso do milho. Em 2022, a China abriu o seu mercado para este grão, e no ano seguinte fomos o maior exportador de milho do mundo graças às compras chinesas", disse Mori.

Em 2023, do total das exportações agrícolas brasileiras, 36% foram para a China, 13% para a União Europeia e 5,9% para os Estados Unidos, outros parceiros comerciais do Brasil. O principal produto importado pelo país asiático no ano passado foi a soja, seguida pela carne bovina in natura e pela celulose.

A análise da linha cronológica da relação comercial bilateral mostra mudanças significativas ao longo da história.

Em 2000, o Brasil exportou aproximadamente US$ 20,5 bilhões em produtos agrícolas, dos quais US$ 561 milhões, ou 3%, foram para a China. Em 2023, o valor total das exportações foi de US$ 166,5 bilhões, dos quais US$ 60,2 bilhões foram para o mercado chinês, elevando a cota da China para 36%.

Desde 2013, a China é o principal destino das exportações agrícolas brasileiras. Sueme Mori sublinhou que, com mais de um bilhão de habitantes, a segurança alimentar é uma prioridade para o país asiático.

"Somos o principal fornecedor de alimentos para a China e ainda não atingimos o nosso potencial máximo na produção agrícola. Portanto, ainda temos muito para crescer e cooperar", afirmou.

A China é um "mercado gigantesco" e, segundo Mori, o Brasil tem plena capacidade para expandir e diversificar suas exportações. Nesse contexto, enquadra-se o projeto Agro.BR, uma colaboração entre a CNA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

"A China é um dos mercados prioritários do projeto. Na verdade, temos um escritório em Shanghai para apoiar os pequenos e médios produtores rurais no seu processo de internacionalização e, consequentemente, na diversificação da nossa oferta de exportação", explicou Mori.

Para a diretora de Relações Internacionais da CNA, a relação entre Brasil e China não é apenas "ganha-ganha" no campo comercial, mas também em investimentos, tecnologia e outros assuntos de interesse comum no cenário internacional.

"Este vínculo de 50 anos ainda tem potencial para se estreitar ainda mais. Podemos trabalhar com a China em vários setores. Seu desenvolvimento tecnológico é impressionante e pode ser utilizado em nossa produção agrícola", concluiu Mori.

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