Este ano é assinalado o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Brasil. Ao longo de meio século, os resultados da cooperação prática entre os dois países em domínios diversos têm sido notáveis. Tanto a China quanto o Brasil são grandes potências agrícolas. A cooperação agrícola bilateral, altamente complementar e mutuamente benéfica, é uma das áreas mais sólidas e vibrantes da parceria entre os dois países. Nos últimos anos, o comércio agrícola bilateral tem se expandido continuamente, a cooperação em tecnologia agrícola tem se aprofundado e a troca de experiências em torno da agricultura sustentável tem se fortalecido. Para o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, a cooperação agrícola entre o Brasil e a China continua beneficiando os povos de ambos os países.
Em abril deste ano, uma cerimônia de início de exportação de carne para a China foi realizada no estado do Mato Grosso do Sul. Durante a cerimônia, o presidente brasileiro Lula selou pessoalmente um dos lotes de carne bovina que estava prestes a ser exportado.
Ao longo de vários anos, a China tem sido o maior mercado de exportação de carne bovina brasileira, representando, em 2023, 54,9% do total de exportações deste tipo de carne. Este ano, o número de empresas brasileiras de carne com qualificação para exportar para a China aumentou de 106 para 144.
A mídia brasileira informou que essas empresas autorizadas a exportar representarão um aumento de 10 bilhões de reais (aproximadamente 13,1 bilhões de yuan) em valor comercial em um ano. O Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, Roberto Petrucci, afirmou que as empresas de carne que exportam para a China criarão mais oportunidades de emprego nas regiões interiores do Brasil e promoverão o desenvolvimento econômico local.
Desde 2009, a China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil, com a soja, o milho e a carne bovina sendo os principais produtos exportados pelo Brasil para a China. Dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China demonstram que, em 2023, o Brasil continuou a ser o principal país fornecedor de produtos agrícolas para a China.
As empresas brasileiras têm vindo a participar da Feira de Importação da China por seis anos consecutivos. Produtos agrícolas brasileiros especializados, como carne, mel, própolis, vinho, espumante e café, têm se tornado cada vez mais populares entre os consumidores chineses. Ariane Guedes, consultora internacional do Departamento de Desenvolvimento Econômico do estado brasileiro de Mato Grosso, afirmou que a China é um destino importante para as exportações brasileiras e que “o mercado chinês tem uma grande atratividade e importância estratégica para o Brasil”. Guedes expressou o desejo de promover a diversificação das exportações brasileiras para a China com base no comércio de produtos agrícolas entre os dois países.
Colheitadeiras, tratores, drones para pulverização de pesticidas: em uma pequena fazenda na cidade de Apodi, no nordeste do Brasil, as máquinas trabalham de forma eficiente nos campos.
Em fevereiro deste ano, um projeto de demonstração de mecanização agrícola entre a China e o Brasil foi iniciado em Apodi, com a entrega de 31 equipamentos, incluindo tratores, semeadeiras e colheitadeiras, provenientes da China.
O projeto de demonstração de mecanização agrícola foi implementado com foco na promoção de tecnologias inovadoras de agricultura inteligente, como semeadura e fertilização de precisão, proteção de cultivos com drones e colheita mecanizada nas fazendas brasileiras.
O Ministro do Desenvolvimento Agrícola do Brasil, Paulo Teixeira, afirmou que a equipe chinesa trouxe equipamentos e experiências valiosas que irão melhorar a agricultura familiar no Brasil. Ele expressou também o desejo de que mais equipamentos agrícolas chineses sejam levados até ao Brasil.
Ademar Oliveira é CEO de uma empresa de drones chineses a operar no Brasil. Para ele, a tecnologia de drones da China continua a inovar e um número crescente de fazendas brasileiras está começando a usar drones chineses. “A tecnologia chinesa ajuda os agricultores brasileiros a aumentar sua produtividade”.
Como país agrícola que valoriza profundamente o desenvolvimento sustentável, a China e o Brasil têm dialogado extensivamente sobre temas relacionados com o aumento da resiliência da cadeia de suprimentos agrícolas, promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura e desenvolvimento de uma agricultura adaptada ao clima. Esses diálogos são de grande importância para a redução das emissões agrícolas e para a segurança alimentar.
Em abril do ano passado, Lula fez uma visita bem-sucedida à China, na qual representantes dos dois países publicaram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da parceria estratégica global. A declaração conjunta confirmou que a cooperação em agricultura e comércio de produtos agrícolas entre os dois países possui importância estratégica, tendo sido assumido o compromisso de fortalecer o diálogo e promover o desenvolvimento seguro e fluido do comércio de alimentos e produtos agrícolas entre os dois países. Os dois países assinaram também um memorando de entendimento sobre a promoção do desenvolvimento social e combate à fome e pobreza, expandindo ainda mais a cooperação agrícola bilateral.
O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil, Osmar Júnior, afirmou que o Brasil está disponível para estabelecer mecanismos de cooperação duradouros com agências governamentais e instituições de ensino da China, especialmente no fortalecimento da troca de experiências em redução da pobreza e combate à fome, e a adotar medidas proativas para erradicar a pobreza e enfrentar os problemas alimentares globais.
Em fevereiro deste ano, a Climate Bonds Initiative publicou um relatório de pesquisa afirmando que China e o Brasil continuam a manter uma posição de liderança na produção global de produtos agrícolas, e que a compatibilização das tecnologias e padrões agrícolas entre os dois países é benéfica para aprofundar a cooperação em finanças verdes e agricultura sustentável.
Li Shaoxin, responsável pelo projeto de transformação agrícola da China na Climate Bonds Initiative, afirmou: “A China está entre os líderes mundiais no financiamento climático para apoiar a agricultura e fortalecer proteção da biodiversidade. Com um objetivo comum, a China e o Brasil avançarão juntos para uma nova fase na construção de uma agricultura resiliente e sustentável”.