Zhang Zhiwen, Diário do Povo
Ferrovia que liga Lagos e Ibadan, construída por uma empresa chinesa. Foto: Lan Yuanhong
Nos últimos anos, o processo de integração econômica da África tem avançado de forma constante. Em fevereiro de 2024, na 37ª Cúpula da União Africana, foi anunciado o início do segundo plano de implementação da Agenda 2063. O presidente da Mauritânia e presidente rotativo da União Africana, Mohamed Ould Ghazouani, afirmou que a União Africana está comprometida em estimular o potencial do continente africano, fortalecer a integração econômica, promover a conectividade de infraestruturas e aumentar a capacidade de produção agrícola, por forma a garantir a implementação bem-sucedida do plano do segundo decênio.
A Zona de Livre Comércio Continental Africana foi oficialmente criada em julho de 2019 e começou a operar em janeiro de 2021. A finalidade da Zona de Livre Comércio é a redução de tarifas, eliminação de barreiras comerciais e a promoção do desenvolvimento do comércio e investimento regional, permitindo a livre circulação de bens, serviços e capital no continente africano, formando um grande mercado com 1,3 bilhão de pessoas e um valor de 2,3 trilhões de dólares.
O Relatório de Desenvolvimento Econômico da África 2023, publicado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) no ano passado, destacou que a Zona de Livre Comércio Continental Africana oferece vantagens, ao relaxar o acesso ao mercado regional e fortalecer a cadeia produtiva em todo o continente, ajudando os países africanos a preparar melhor seus setores industriais para a competição global.
Enquanto maior parceiro comercial da África, a China apoia ativamente o processo de integração econômica da África e a construção da Zona de Livre Comércio Continental Africana. Nos últimos anos, o comércio entre China e África tem crescido continuamente em escala e qualidade. De acordo com o "Índice de Comércio China-África" de 2023, o valor das importações e exportações da China com a África aumentou de menos de 100 bilhões de yuans em 2000 para 1,88 trilhão de yuans em 2022 - um crescimento acumulado de mais de 20 vezes. Em 2023, o volume de comércio China-África atingiu um recorde histórico de 282,1 bilhões de dólares, com um crescimento de 1,5% em relação ao ano anterior. As importações chinesas de nozes, vegetais, flores e frutas africanas aumentaram, respetivamente, 130%, 32%, 14% e 7% em relação ao ano anterior. As exportações da China para a África de veículos elétricos, baterias de lítio e produtos fotovoltaicos, por seu turno, cresceram, respetivamente, 291%, 109% e 57%, apoiando fortemente a transição verde da África.
A China e a Secretaria da Zona de Livre Comércio do Continente Africano estabeleceram um grupo de especialistas em cooperação econômica para aprofundar a troca de políticas e a partilha de experiências sobre a facilitação do comércio e investimento China-África. Ambos os lados continuam a aprofundar a cooperação em matéria de infraestrutura, finanças, investimentos industriais e formação de talentos, capacitando continuamente a integração econômica africana.
Nos últimos 10 anos, a China forneceu apoio ao desenvolvimento da África, participando da construção de mais de 6.000 quilômetros de ferrovias, mais de 6.000 quilômetros de rodovias e mais de 80 grandes projetos de infraestrutura elétrica. Entre eles, o projeto do cabo submarino "2Africa", em que a China Mobile International participou do investimento e construção, circunda o continente africano, ao longo de mais de 45.000 quilômetros de extensão. Quando for concluído, será o cabo submarino mais longo do mundo. Este projeto ajudará a atender melhor as necessidades da África em relação à capacidade e confiabilidade da internet, promovendo, efetivamente, a digitalização em áreas como saúde, educação e finanças, e fornecendo suporte digital para a integração econômica africana.
Na Cúpula de Líderes China-África realizada em agosto de 2023, a China propôs três iniciativas: “Iniciativa de Apoio à Industrialização da África”, “Plano de Modernização da Agricultura Africana com Apoio da China” e “Plano de Cooperação na Formação de Talentos China-África”, com o intuito de acelerar a integração e modernização africana.
Um artigo da revista britânica African Leadership Magazine refere que os projetos de investimento da China na África, incluindo rodovias, portos e usinas de energia, ajudam a resolver problemas de infraestrutura, apoiando o crescimento econômico e a integração regional.
James Mwangi, CEO do Kenya Equity Group, disse ao Diário do Povo que a China é uma importante fonte de investimento e o maior mercado de exportação da África, apoiando o continente no comércio global. A África tem recebido a entrada dos instrumentos de pagamentos financeiros da China, o que não só beneficia a integração financeira do continente, mas também traz um novo impulso à conectividade da infraestrutura financeira global.
