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Estudo sobre amostra lunar Chang'e-5 revela processo inicial de formação da crosta lunar

Fonte: Diário do Povo Online    01.08.2024 09h12

A amostra lunar nº 001, transportada pela sonda chinesa Chang'e-5, é exibida no Museu Nacional da China em Beijing, capital da China, em 27 de fevereiro de 2021. (Jin Liangkuai/Xinhua)

Após estudar uma amostra lunar transportada pela missão Chang'e-5, um grupo de cientistas chineses propôs um processo contínuo de desenvolvimento inicial da crosta na lua, em oposição ao modelo clássico de desenvolvimento da crosta lunar de dois estágios.

O modelo clássico do oceano de magma sugere que o primeiro estágio envolve a flutuação e agregação de plagioclásio durante o resfriamento do oceano de magma, formando a crosta lunar primitiva, enquanto o segundo estágio inclui a reviravolta e o derretimento do manto, a formação de rochas de suíte magnesiana e a reforma da crosta lunar.

Estudos anteriores sobre o anortosito lunar, um tipo de rocha composta principalmente de plagioclásio, e rochas de suíte magnesiana indicaram que elas foram formadas quase simultaneamente, indicando que os dois estágios — a formação e a reforma da crosta lunar — podem ser um processo contínuo. Porém, o mecanismo específico permanece um enigma.

Um grupo de cientistas, liderado por Wang Shuijiong da Universidade de Geociências da China (Pequim), conduziu um estudo conjunto e descobriu um corpo derretido que se assemelha a rochas de suíte magnesiana em um fragmento de anortosito do regolito lunar Chang'e-5.

O estudo, que foi publicado recentemente no periódico Communications Earth & Environment, fornece provas diretas de que o anortosito lunar e o magma original das rochas de suíte magnesiana se formaram simultaneamente.

Os cálculos de simulação geoquímica e termodinâmica para este corpo derretido revelam que seu magma original foi originado do manto superior lunar, indicando que a formação da crosta lunar é um processo contínuo, de acordo com o estudo.

Os pesquisadores propuseram que, durante o processo de resfriamento do oceano de magma lunar, suas instabilidades gravitacionais desencadearam uma reviravolta in situ em pequena escala no manto superior, seguida por uma reviravolta em larga escala do manto e derretimento por descompressão do manto inferior.

De acordo com o estudo, o derretimento do manto superior lunar, induzido pela reviravolta in situ, desempenhou um papel importante na ligação entre a construção da crosta primitiva lunar e a reforma da crosta secundária.

A sonda Chang'e-5, que retornou à Terra em 17 de dezembro de 2020, recuperou 1.731 gramas de amostras lunares, consistindo principalmente de rochas e solo da superfície lunar.

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