A proposta brasileira no G20 de tributar os super-ricos tem o apoio de vários países do bloco e pode se tornar oficial este ano, segundo afirmou nesta terça-feira o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Após uma reunião no Rio de Janeiro do grupo de Desenvolvimento do G20, bloco onde estão as 19 maiores economias do mundo além da União Europeia e da União Africana, Vieira afirmou em entrevista à imprensa que "vários representantes de países manifestaram seu apoio. Portanto, penso que é uma questão de continuar a falar e de avançar nesta questão".
A presidência brasileira do G20 é a favor de um imposto mínimo de 2% da riqueza dos bilionários mundiais, o que arrecadaria entre 200 e 250 bilhões de dólares anualmente, segundo um dos autores da ideia, o economista francês Gabriel Zucman, além de afetar apenas a 3.000 indivíduos em todo o planeta, 100 dos quais na América Latina.
Vieira observou que o 1% mais rico do mundo absorveu quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020. A redução da desigualdade é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas que devem ser alcançados até 2030.
Sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza promovida pelo Brasil, o chanceler disse ainda que é o resultado de medidas para melhorar e reduzir as diferenças.
"Este é um esforço conjunto e não o será no curto prazo, mas acredito que as decisões que já tomamos, como o lançamento da Aliança Global amanhã, são um resultado imediato e concreto", disse.
A formação da Aliança Global acontecerá nesta quarta-feira, na presença do presidente Lula. Vieira destacou ainda que o presidente está empenhado em resgatar as populações mais pobres e desfavorecidas.
No evento de quarta-feira, os países serão convidados a aderir ao mecanismo, que será lançado efetivamente em novembro, concomitantemente à Cúpula dos Líderes do G20, também no Rio de Janeiro.