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Faculdades chinesas facilitam regras para mudança de curso

Fonte: Diário do Povo Online    18.07.2024 10h46

Várias instituições de ensino superior na China anunciaram que os seus estudantes poderão mudar de curso sem condições prévias a partir do próximo semestre do outono, uma medida que, segundo eles, visa explorar os interesses dos estudantes e respeitar a sua escolha secundária após a inscrição.

A Universidade Jiao Tong de Shanghai afirmou que seus alunos poderão solicitar a mudança durante o primeiro, segundo e terceiro anos, e transferências entre o campus principal no distrito de Minhang da cidade e a faculdade de medicina no distrito de Huangpu também serão permitidas.

O "barreira zero ", ou nenhuma restrição, para a mudança de curso dá maior ênfase às capacidades abrangentes e ao desenvolvimento pessoal dos alunos, afirmou a universidade numa conferência de imprensa realizada recentemente para apresentar a sua política de admissão à licenciatura.

Ao contrário das regras anteriores que exigiam certas notas em exames ou classificações GPA (sigla para média de pontos das notas) para mudar de curso, a nova política não estabelece pré-condições. Os candidatos e departamentos relevantes participarão de um processo de seleção bidirecional, explicou a universidade.

A Universidade Fudan e a Universidade Tongji, que também ficam em Shanghai, estão entre outras instituições de ensino superior que adotaram a flexibilização das regras e ampliaram ao máximo o escopo de mudança de especialização, como a transferência de disciplinas médicas para disciplinas não médicas.

Chen Zhiwen, membro da Sociedade Chinesa de Estratégia de Desenvolvimento Educacional, observou que a nova política é mais científica e deve ser apoiada para atender às preocupações crescentes dos estudantes e dos seus pais em relação às perspectivas de carreira.

Chen disse que muitos estudantes são forçados a mudar de curso porque percebem, após a matrícula, que a área selecionada é mais desafiadora do que o esperado.

“Aqueles que mudam das áreas de ciências e engenharia para humanas e ciências sociais, por exemplo, muitas vezes fazem a transferência porque acreditam que não possuem as competências acadêmicas necessárias para completar o seu programa original”, disse ele.

Convencionalmente, a maioria das universidades permite que os alunos mudem de curso apenas se tiverem um bom desempenho no primeiro ano. “Permitir que os alunos mudem de curso mesmo que tenham sido reprovados num curso é inovador”, enfatizou Chen.

No entanto, os estudantes são incentivados a não tirar vantagem da política de “barreira zero” e perseguir cegamente cursos populares, como ciências da computação e inteligência artificial.

Xiong Bingqi, diretor do Instituto de Pesquisa Educacional do Século 21, disse que é necessário tomar medidas para lidar com o súbito afluxo de estudantes para algumas disciplinas populares que oferecem perspectivas de carreira lucrativas.

Alguns estudantes e os seus pais podem compreender mal o objetivo da nova política e concentrar-se em assuntos populares sem obter uma compreensão mais profunda, alertou ele.

"É importante notar que o 'barreira zero' para mudar de curso é apenas para o processo de candidatura. O sucesso da mudança de curso depende da avaliação de transferência de cada indivíduo", disse Xiong, observando que as instituições continuarão admitindo os melhores desempenhos com base na cota de assentos atribuída a cada área.

“Embora nenhuma restrição tenha sido estabelecida para solicitar uma transferência, existem requisitos e limites para aceitação”, lembrou ele.

Portanto, é fundamental que os alunos analisem se conseguem um bom desempenho na área de especialização escolhida ao preencher as inscrições, acrescentou.

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