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Atrasos relatados nos EUA na proibição de drones DJI 'ressaltam demanda por produtos chineses'

Fonte: Diário do Povo Online    17.07.2024 14h50

O Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA divulgou a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, em inglês), na qual suspendeu as exigências para proibir o acesso de drones DJI chineses ao mercado dos EUA. Vários especialistas reforçaram na terça-feira que esta ação demonstra a demanda por produtos avançados chineses, apesar das tentativas de dissociação comercial.

De acordo com o portal de informações do setor, DroneDJ.com, o Comitê de Serviços Armados do Senado lançou recentemente sua versão do NDAA, que omite notavelmente as exigências para proibir a entrada de novos drones DJI no mercado estadunidense.

A Câmara aprovou sua versão do projeto de lei no mês passado, com disposições para impedir a Comissão Federal de Comunicações (FCC, em inglês) dos EUA de emitir novas licenças à DJI por alegadas questões de segurança nacional, refere o relatório.

Embora não tenha havido uma menção clara do motivo pelo qual a proibição foi adiada, especialistas e alguns meios de comunicação disseram que isso pode ter a ver com o fato de que a demanda dos EUA por produtos chineses permanece forte, e que a busca pela dissociação da China no setor será um tiro pela culatra para uma ampla gama de setores dos EUA, particularmente a agricultura.

"Acredito que a ação do governo dos EUA não foi apenas um gesto de boa vontade; pelo contrário, reflete a realidade de que não foi encontrada uma alternativa adequada no domínio dos drones para substituir os produtos chineses", disse Zhou Mi, pesquisador sênior da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Económica, em declarações ao Global Times na terça-feira, sugerindo que as necessidades práticas levaram os EUA a reconsiderar sua abordagem.

A versão do projeto de lei na Câmara causou ondas de choque na comunidade agrícola no mês passado, pois incluía alterações da chamada "Lei de Combate aos Drones do PCCh" que adicionaria equipamentos e serviços da DJI à "lista coberta", impedindo a DJI de obter licenças da FCC para futuros modelos de drones, de acordo com outro relatório da AgFunderNews, uma plataforma de notícias da indústria alimentícia.

Os drones chineses foram considerados muito úteis e populares em muitos setores nos EUA, contribuindo para a eficiência dos seus usuários, incluindo agricultores e bombeiros.

Quatro em cada cinco drones agrícolas utilizados pelos agricultores dos EUA são modelos da DJI, de acordo com o relatório AgFunderNews.

"Constatamos que existe uma ampla gama de complementaridades entre a China e os EUA. Não se trata apenas de um lado atingir os seus objetivos de desenvolvimento de forma independente em certas áreas, mas de resultados vantajosos para ambos os lados", disse Zhou, observando que, se a China e os EUA prosseguissem a dissociação por razões políticas, isso teria, sem dúvida, efeitos adversos nas suas economias e indústrias.

Os EUA tentaram repetidamente bloquear a entrada de produtos drones DJI no país. Em 2017, o Departamento de Defesa dos EUA colocou a DJI numa lista de sanções, mas posteriormente não encontrou produtos comparáveis em termos de relação custo-eficácia. A proibição foi suspensa em 2018.

Em 18 de dezembro de 2020, citando “preocupações de segurança nacional”, o Departamento de Comércio dos EUA adicionou 59 entidades chinesas, incluindo a DJI, à lista. Em resposta, um porta-voz da DJI expressou desapontamento com a decisão do governo dos EUA.

A dissociação não afeta somente as empresas chinesas mas, mais crucialmente, é prejudicial para os próprios EUA, incluindo suas empresas no setor agrícola, que é a sua indústria pilar, disse Gao Lingyun, especialista da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times, na terça-feira.

"Tal dissociação é praticamente impossível para os EUA... Mais importante ainda, isto ilustra que as ações anteriores dos EUA, supostamente baseadas em questões como preocupações de segurança ou fugas de dados para suprimir empresas e produtos chineses eram infundadas", disse Gao, instando mais esforços por parte dos EUA para regressar ao caminho certo da cooperação mútua, com base em resultados vantajosos para todos.

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