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Tarifas sobre VEs da China prejudicam os interesses da UE, alerta associação alemã

Fonte: Diário do Povo Online    04.07.2024 08h59

Estande da fabricante chinesa Xpeng durante o Salão Internacional do Automóvel de 2023 em Munique, Alemanha, em 5 de setembro de 2023. (Ren Pengfei, Xinhua)

A associação instou a Comissão Europeia a abster-se de impor as tarifas anunciadas e, em vez disso, encontrar uma solução negociada com a China.

As tarifas planejadas contra veículos elétricos (VEs) fabricados na China seriam contraproducentes para as metas climáticas da Europa e prejudiciais para sua indústria e consumidores, afirmou na quarta-feira a Associação Alemã da Indústria Automotiva (VDA).

A associação alertou via comunicado que os fabricantes de automóveis ocidentais na China seriam também afetados pelas tarifas iniciadas pela União Europeia (UE), em alguns casos ainda mais do que as empresas chinesas.

A cooperação e a produção dos fabricantes de automóveis europeus na China foram “um importante alicerce para a transformação e competitividade na Europa”, afirmou a VDA, sublinhando que a UE tem beneficiado historicamente da sua abertura no comércio internacional.

A Alemanha, em particular, mantém um excedente significativo no comércio automóvel com a China. No ano passado, a maior economia da Europa exportou automóveis de passageiros e peças avaliadas em 26,3 mil milhões de euros (28,4 mil milhões de dólares americanos) para a China, enquanto as importações provenientes da China ascenderam a 6,8 mil milhões de euros, segundo a VDA.

Um automóvel elétrico BMW i5 é exibido durante a prévia para a imprensa do Salão Internacional do Automóvel (IAA) de 2023 em Munique, Alemanha, em 4 de setembro de 2023. (Ren Pengfei, Xinhua)

As tarifas, que entrarão em vigor em breve, se nenhum outro acordo político for alcançado, também “tornariam mais difícil o aumento bem-sucedido da propulsão elétrica e, assim, a descarbonização e o alcance das metas climáticas”, enfatizou a VDA.

A associação instou a Comissão Europeia a abster-se de impor as tarifas anunciadas e, em vez disso, encontrar uma solução negociada com a China. A negociação entre as partes já terá tido início.

“A competitividade é promovida através da competição”, afirmou a associação, que propôs resolver a situação através de acordos de comércio livre, financiamento direcionado e eficiente para investigação e inovação, e um quadro político coerente que abranja os avanços tecnológicos.

O governo alemão rejeita tarifas punitivas sobre VEs chineses. O chanceler Olaf Scholz fez uma oferta de compromisso na disputa alfandegária, propondo tarifas igualmente elevadas sobre as importações de automóveis de ambos os lados, de acordo com relatos da mídia local na semana passada.

Devido ao risco de conflitos comerciais, um terço dos mais de 160 especialistas económicos alemães opôs-se às tarifas, enquanto alguns outros expressaram também sua esperança de reduzir as tarifas, de acordo com um inquérito publicado quarta-feira pelo Instituto de Investigação Económica, com sede em Munique.

O instituto sublinhou que as tarifas não enfraqueceriam a posição dos carros eléctricos da China, ao passo que “os fabricantes europeus não se tornariam mais eficientes como resultado das tarifas”.

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