Português>>Atualidade

Declarações do porta-voz da chancelaria chinesa sobre discurso do presidente filipino relativo à questão do Mar do Sul da China no Diálogo Shangri-La

Fonte: Xinhua    04.06.2024 08h15

As declarações do presidente filipino Marcos sobre a questão do Mar do Sul da China ignoram a história e os fatos e são projetadas para amplificar a posição incorreta das Filipinas sobre as questões e deliberadamente distorcer e exagerar a situação marítima, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira.

O porta-voz fez as observações quando solicitado a comentar um discurso do presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., no 21º Diálogo Shangri-La, no qual explicou a chamada base legal para o território e as zonas marítimas das Filipinas, alegando que tanto a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) quanto a sentença arbitral de 2016 sobre o Mar do Sul da China afirmam seu direito legal e que a sua política no Mar do Sul da China assenta-se nestas duas pedras de toque.

O porta-voz apresentou a posição da China.

Primeiro, a China tem soberania indiscutível sobre Nanhai Zhudao, direitos soberanos e jurisdição sobre as águas pertinentes. A China foi a primeira a descobrir, nomear, explorar e utilizar Nanhai Zhudao e águas pertinentes e a primeira a ter exercido soberania e jurisdição sobre elas de forma contínua, pacífica e eficaz. A soberania territorial da China e os direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China baseiam-se em sólidos fundamentos históricos e legais. As atividades normais de patrulha, aplicação da lei e atividades produtivas da China em águas sob sua própria jurisdição são consistentes com o direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), e tais atividades são irrepreensíveis.

Em segundo lugar, o território das Filipinas não inclui Nanhai Zhudao, da China. O território filipino é definido por uma série de tratados internacionais, incluindo o Tratado de Paz de 1898 entre os Estados Unidos da América e o Reino da Espanha, o Tratado de 1900 entre os Estados Unidos da América e o Reino da Espanha para Cessão das Ilhas Periféricas das Filipinas e a Convenção de 1930 entre Sua Majestade em Relação ao Reino Unido e o Presidente dos Estados Unidos sobre a Fronteira entre o Estado de Bornéu do Norte e o Arquipélago das Filipinas. Nansha Qundao e Huangyan Dao, na China, estão além dos limites do território filipino estabelecidos pelos tratados acima mencionados. As Filipinas ocuparam à força algumas ilhas e recifes de Nansha Qundao, na China, e adotaram legislação doméstica, como a Lei de Linhas de Base Arquipelágica, para reivindicar territórios ilegais de Huangyan Dao, na China, e algumas ilhas e recifes de Nansha Qundao. Essas medidas violam seriamente a soberania e os direitos soberanos da China e o direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas. A China se opõe firmemente às medidas.

Em terceiro lugar, a chamada sentença arbitral no Mar do Sul da China é ilegal, nula e sem efeito. Sem o consentimento prévio do governo chinês, as Filipinas iniciaram unilateralmente uma arbitragem internacional, que violou o direito internacional, incluindo a CNUDM e a Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China (DOC). O tribunal arbitral no Mar do Sul da China tratou do caso ultra vires e tomou uma decisão ilegítima. A sentença proferida é ilegal, nula e inválida. A China não aceita nem participa dessa arbitragem, não aceita nem reconhece a sentença e nunca aceitará qualquer reivindicação ou ação decorrente da sentença. A soberania territorial da China e os direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China não serão afetados pela sentença de forma alguma. O que as Filipinas têm feito para glorificar esta sentença arbitral ilegal e inválida não ajuda a resolver suas disputas marítimas com a China, muito menos justificar suas reivindicações ilegais de qualquer forma.

Em quarto lugar, a responsabilidade pela recente escalada relativa à questão do Mar do Sul da China entre a China e as Filipinas cabe inteiramente ao lado filipino. As Filipinas violaram os seus compromissos e os entendimentos comuns com a China, violaram o DOC e agiram repetidamente de má fé. As Filipinas infringiam frequentemente os direitos da China e fizeram provocações no mar, trazendo forças de fora da região para formar bloco e demonstrar poder no Mar do Sul da China e espalhando desinformação para difamar a China e enganar a percepção internacional sobre esse assunto. Em particular, impulsionados por cálculos geopolíticos egoístas, os EUA desempenharam um papel extremamente ignóbil ao apoiar e ajudar as Filipinas a violarem a soberania da China e ao explorarem a questão do Mar do Sul da China para criar uma rusga entre a China e outros países regionais. A quem serve exatamente a política externa filipina agora? De quem são as ordens às quais as Filipinas estão realizando todas essas ações marítimas? A resposta é bastante clara para qualquer pessoa com bom senso. Tentar desesperadamente justificar o injustificável não ajudará as Filipinas a construir confiança junto à comunidade internacional. Os países da região precisam ficar vigilantes e sempre se certificar de que eles próprios são os aqueles que estão sentados no banco do motorista quando se trata da paz e estabilidade do Mar do Sul da China.

Em quinto lugar, com os esforços conjuntos da China e dos países da ASEAN, a situação no Mar do Sul da China é amplamente estável. Não houve qualquer questão relativa à liberdade de navegação e sobrevoo no Mar do Sul da China de que os países gozam segundo a lei. A China está pronta para continuar a trabalhar com os países da ASEAN, incluindo as Filipinas, para gerir as diferenças marítimas, aprofundar a cooperação marítima, implementar plena e eficazmente o DOC, promover ativamente a consulta do COC, manter o Mar do Sul da China pacífico e estável e assegurar que o Mar do Sul da China continue a ser um mar de paz, amizade e cooperação.

Em sexto lugar, a China continuará a defender firmemente a sua soberania territorial e os seus interesses e direitos marítimos. Entretanto, continua empenhada em tratar adequadamente os litígios e as divergências marítimas através de negociações e consultas com os países diretamente interessados, com base no respeito pelos fatos históricos. "Instamos as Filipinas a honrar seus compromissos, aderir aos limites de seu território estabelecidos pelos tratados internacionais, implementar plena e efetivamente o DOC, interromper as atividades de violação marítima e provocações imediatamente e retornar ao caminho certo de lidar adequadamente com disputas e diferenças marítimas por meio do diálogo e da consulta o mais rápido possível", disse o porta-voz.

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: