O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na última sexta-feira que luta diariamente contra o negacionismo climático e convocou a população para construir uma nação que viva em harmonia e solidariedade, ao dar como exemplo de trabalho conjunto a reação da grande maioria do país para ajudar às vítimas do estado do Rio Grande do Sul, que sofre há quase um mês a pior catástrofe climática da sua história.

"Este país estava sendo destruído pelo negacionismo, porque as pessoas negavam a ciência", disse Lula durante um discurso em Araraquara, cidade do interior do estado de São Paulo (sudeste), onde anunciou investimentos de 143 milhões de reais (US$ 27,6 milhões) em obras de drenagem e reurbanização destinadas às vítimas de inundações recordes no município em dezembro de 2022.

O presidente brasileiro convocou a população a apoiar o desenvolvimento e o investimento público e privado em obras que melhorem a qualidade de vida das pessoas.

"Não quero que digam que isso é gasto, essas coisas são investimentos", assegurou Lula, ao destacar que Araraquara merece recursos do governo federal, como qualquer outra cidade que tem enfrentado desafios climáticos.

O presidente citou as fortes chuvas que castigam desde 29 de abril o estado do Rio Grande do Sul, provocando deslizamentos e grandes inundações que já causaram a morte de 163 pessoas e forçaram mais de 640 mil pessoas a deixar suas casas em todo o estado que está com 469 de seus 497 municípios afetados, inclusive a capital Porto Alegre.

O presidente afirmou esta semana que a tragédia no Rio Grande do Sul, que faz fronteira com Argentina e Uruguai, "mudou o paradigma" da forma como se manejam os desastres climáticos no Brasil, país como a maior biodiversidade tropical do mundo e a maior economia latino-americana.

A prevenção de desastres naturais é um dos eixos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), segundo o cronograma de projetos de obras do governo brasileiro.