As autoridades chinesas instaram os EUA a criar um ambiente favorável às relações bilaterais e à cooperação em vários domínios, observando que a generalização do conceito de segurança nacional acabará por prejudicar os próprios interesses, segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês.
Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, fez as observações durante uma conferência de imprensa regular na quinta-feira, em resposta às últimas advertências da primeira diretora adjunta do FMI, Gita Gopinath.
Gopinath disse na terça-feira que a escalada das tensões entre os EUA e a China causou repercussões globais e que os países estão a reavaliar os seus parceiros comerciais e de investimento com base em apreensões económicas e de segurança nacional, deixando o mundo dividido em três blocos: um bloco favorável aos EUA, um bloco favorável à China, e um bloco de países não alinhados.
A tendência de fragmentação económica pode levar a uma ampla contração do sistema comercial global baseado em regras e a uma reversão significativa dos ganhos da integração económica, alertou Gopinath, observando que os EUA e a China precisam de medidas pragmáticas para reconstituir a confiança mútua. O primeiro passo consiste em manter abertas as linhas de comunicação. O diálogo entre os EUA e a China poderá ajudar a prevenir a ocorrência dos piores resultados.
Lin afirmou que o alargamento excessivo do escopo do conceito de segurança nacional e o enfraquecimento ou corte dos laços económicos com outros países não leva a lado nenhum, servindo apenas para desestabilizar as cadeias industriais e de abastecimento global, perturbar a ordem comercial internacional e comprometer os próprios interesses.
"Esperamos que os EUA possam cumprir seu compromisso de não tentar travar o crescimento econômico da China e tomem medidas concretas para criar um ambiente favorável às suas relações com a China e à cooperação em vários domínios", disse Lin.
Face ao crescente unilateralismo e proteccionismo, a China defende uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva. Sempre escolheremos a solidariedade e a cooperação e estaremos do lado da abertura e do benefício mútuo, disse Lin.
Lin enfatizou que a China está pronta para trabalhar com o resto do mundo para defender o sistema internacional com a ONU no seu núcleo, o sistema comercial multilateral centrado na OMC, e para lutar por um mundo com um propósito comum e uma busca partilhada pelo desenvolvimento mundial.