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Tragédia causada pelas fortes chuvas no sul do Brasil completa uma semana com 85 mortes e 134 desaparecidos

Fonte: Xinhua    08.05.2024 08h25

As fortes chuvas que castigam o estado do Rio Grande do Sul desde segunda-feira passada já deixaram 85 mortos e 134 desaparecidos confirmados segundo dados do boletim mais atualizado divulgado pela Defesa Civil do estado nesta segunda-feira.

Dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, 385 registraram algum tipo de problema, afetando 1.178.000 de pessoas. Segundo a Defesa Civil, 201.500 pessoas estão fora de casa - 47.600 em abrigos e 153.800 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos).

A capital Porto Alegre, com 1,4 milhão de habitantes, se tornou nos últimos dias um dos locais mais afetados, devido à subida histórica -mais de 5,22 metros- do nível do rio Guaíba, que banha a cidade e os municípios da região metropolitana, obrigando a evacuação da população de vários bairros.

As principais rotas de acesso e saída de Porto Alegre estão bloqueadas. A rodoviária está fechada, bem como o aeroporto Salgado Filho, que anunciou nesta segunda-feira a suspensão por tempo indeterminado de suas operações devido a que as pistas e o interior dos terminais estão inundados.

Neste momento, a base militar de Canoas, município vizinho a Porto Alegre, é o único ponto de entrada aéreo para a região.

O prefeito da capital, Sebastião Melo, decretou nesta segunda-feira o racionamento de água na cidade. Com o desligamento da quinta das seis estações de tratamento durante a tarde, cerca de 85% da população está desabastecida pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).

A tragédia climática no Rio Grande do Sul tem dominado as reportagens da televisão brasileira nos últimos dias, em especial os canais da rede Globo, cuja cobertura realizada por vários de seus profissionais, tem mostrado imagens assustadoras da destruição causada pelas chuvas, bem como os resgates de pessoas por barcos de todo o tipo e helicópteros e a ajuda de milhares de voluntários.

Além disso, em todo o país, foram criados postos de doação de alimentos, remédios, vestuário, etc. para as vítimas, que são transportados pela Força Aérea Brasileira.

Em Brasília, após ter viajado a Porto Alegre no domingo acompanhado de uma comitiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira um projeto de decreto legislativo para reconhecer o estado de calamidade no Rio Grande do Sul e acelerar o repasse de verbas para o estado.

O texto do decreto enviado por Lula, que terá de ser aprovado por Câmara e Senado, reconhece "a ocorrência do estado de calamidade pública em parte do território nacional" e propõe que a União seja autorizada fazer despesas e renúncias fiscais em favor do Rio Grande do Sul sem precisar cumprir regras sobre limite de gastos. Além disso, flexibiliza regras para contratação de serviços e compra de produtos por parte do poder público.

Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ainda não é possível calcular o custo da reconstrução do estado, já que ainda há zonas inundadas.

Também nesta segunda-feira, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Walder de Góes, estimou que seriam necessários cerca 1 bilhão de reais (US$ 200 milhões) somente para recuperar as estradas do Rio Grande do Sul.

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