O ministro das Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, destacou na última quinta-feira os crescentes investimentos de empresas chinesas no setor energético brasileiro e manifestou sua intenção de visitar a China brevemente para conhecer a tecnologia de reatores nucleares pequenos, por seu potencial para descarbonizar a geração energética na Amazônia.
Em entrevista coletiva virtual com correspondentes estrangeiros, Silveira citou a presença de empresas chinesas como a State Grid na transmissão e distribuição de energia elétrica e a Engie, na geração de energia renovável.
Segundo o ministro, os investimentos chineses no país ganharam um impulso renovado após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China no ano passado e a retomada do diálogo com o mundo globalizado.
Silveira enfatizou a relevância dos investimentos da State Grid, que, na semana passada, assinou com o governo o maior contrato de transmissão de energia da história brasileira, envolvendo um valor de cerca de US$ 3,5 bilhões.
O projeto contribuirá na transmissão de boa parte da energia renovável, produzida de fontes solar e eólica na região Nordeste, para outras regiões do país.
"A State Grid investe no Brasil há vários anos, mas, agora, após o diálogo que o presidente Lula manteve na China, está investindo mais fortemente em transmissão, distribuição e geração e, inclusive, está estudando projetos em outras matrizes energéticas do país", disse Silveira.
O ministro mencionou o interesse em explorar projetos em diversas fontes energéticas, incluindo a nuclear para uso na descarbonização da Amazônia, onde, atualmente, a geração de energia é feita através de termelétricas.
"Quero visitar a China em breve para discutir sobre pequenos reatores nucleares. Quero a tecnologia da empresa que já produz pequenos reatores nucleares, até para tomar uma decisão sobre como vamos seguir descarbonizando a Amazônia, se é economicamente viável", explicou.
Vieira lembrou que o Brasil é um importante produtor de urânio, com a sexta maior reserva do mundo, e a possibilidade de diversificar a matriz energética do país.
"Temos a sexta maior reserva identificada do planeta. E não podemos descartar, também, a possibilidade real, devido à dimensão territorial do Brasil, especialmente depois da guerra e depois de toda esta instabilidade, não podemos descartar esta outra matriz que é muito importante", afirmou.
O ministro destacou que o Brasil é um dos poucos países no mundo a ter a cadeia completa de fabricação de urânio para fins pacíficos e a tecnologia de pastilhas para a produção de energia.
Silveira ressaltou também o papel chave da chinesa Engie na diversificação energética brasileira, incluindo investimentos em hidrelétrica, solar, eólica e gás.
"A Engie investe em todas as matrizes energéticas. Sua participação tem sido vital", reconheceu. "Comprou um grande gasoduto. Comprou um grande ativo da Petrobras há alguns anos, que tem gerenciado com grande eficácia", enfatizou.
O ministro agradeceu a confiança dos investidores chineses no Brasil e destacou o crescimento do setor energético em geral e, em especial, o de biocombustíveis.
"Em resumo, quero visitar a China, quero destacar a importância e agradecer aos investidores por sua confiança no Brasil", declarou.
"Ao voltar os olhos para as oportunidades no setor energético e no setor de biocombustíveis no Brasil, os investidores terão grandes oportunidades e grandes resultados para seus investimentos", concluiu.