Trabalhador em uma oficina de montagem de baterias na Panasonic Energy (Wuxi) Co., na província de Jiangsu, leste da China, em 5 de julho de 2022. (Xinhua/Li Bo)
As empresas estrangeiras continuam a considerar a China como um destino preferencial de investimento, impulsionadas pelo firme compromisso do país com a abertura e a inovação, de acordo com representantes de multinacionais na Cúpula "Invest In China" 2024, realizada em Beijing na terça-feira.
O evento, organizado conjuntamente pelo Ministério do Comércio e pelo Governo Popular Municipal de Beijing, assinala o primeiro evento "Investir na China" - uma campanha governamental para atrair investimento estrangeiro e ajudar as empresas estrangeiras a compreenderem melhor as oportunidades da China.
Os participantes na cúpula constataram que a resiliência económica da China, alimentada pelo seu potencial de mercado, pelas indústrias emergentes em expansão e pelo conjunto de talentos de alta qualidade, inspira confiança duradoura entre as empresas estrangeiras para continuarem a investir no país.
"A China é agora um líder em inovação e uma nação de engenheiros, juntamente com o seu estatuto de potência industrial, e um mercado consumidor chave", disse Tetsuro Honma, vice-presidente executivo da Panasonic Corporation, durante a cúpula.
Honma enfatizou que o país serve também de "campo de testes" para empresas estrangeiras, dado que os produtos que prosperam no mercado chinês, muitas vezes ganham uma vantagem competitiva também em outros mercados.
Para aprofundar o mercado chinês, a empresa multinacional sediada no Japão revelou vários planos e estabeleceu 18 bases de investimento na China nos últimos quatro anos.
O mais recente esforço para expandir sua presença na China envolve o anúncio da construção de uma base de produção de classe mundial para novos materiais de circuitos integrados em Suzhou, uma cidade na província de Jiangsu, no leste da China, em 21 de março.
Enquanto firme defensora da abertura, a China intensificou os seus esforços para expandir o acesso aos seus mercados, simplificando regras, regulamentos, práticas de gestão e padrões. Estas iniciativas tranquilizaram os investidores estrangeiros, segundo os participantes.
Para atrair ainda mais investidores estrangeiros, a China comprometeu-se a levantar totalmente as restrições ao acesso ao investimento estrangeiro no seu sector industrial este ano.
No início deste mês, o país emitiu um plano de ação para atrair e utilizar ainda mais o investimento estrangeiro, propondo 24 medidas em cinco aspetos, tais como a expansão do acesso ao mercado, facilitando o fluxo de fatores de inovação, bem como um melhor alinhamento das regras nacionais com padrões internacionais ao nível económico e comercial.
De acordo com Mats Harborn, presidente do Grupo Scania China, o plano de ação demonstra a determinação do governo em continuar a ser parte integrante da economia global - o que é um bom presságio para os investidores estrangeiros envolvidos em negócios de longo prazo no país.
“Ao fornecer clareza sobre muitas das novas leis da China, o risco de investimento para os investidores estrangeiros diminuirá”, disse Harborn, acrescentando que isto permitirá à empresa priorizar a criação de valor, em detrimento da gestão de risco.
Líder mundial na fabricação de caminhões, a Scania fez avultados investimentos na China, construindo seu terceiro centro de produção global no país, depois da Europa e da América Latina.
De acordo com Harborn, a decisão da empresa de estabelecer cadeias de abastecimento em todo o mundo, especialmente na China, reforçou a sua resiliência contra perturbações causadas por desastres naturais ou tensões geopolíticas.
Atraídas pela melhoria do ambiente empresarial e pelo vasto potencial de mercado, mais empresas estrangeiras optam por estabelecer a sua presença na China, apesar da crescente onda de protecionismo global.
Dados do Ministério do Comércio indicam que cerca de 7.160 novas empresas com investimento estrangeiro foram criadas em toda a China durante os primeiros dois meses deste ano - um aumento anual de 34,9%, o maior em quase cinco anos.
Os líderes empresariais estrangeiros presentes na cúpula salientaram as enormes oportunidades decorrentes da busca da China por um desenvolvimento verde e orientado para a inovação.
Christof Ehrhart, vice-presidente executivo da Robert Bosch GmbH, enfatizou a determinação da China no desenvolvimento sustentável, observando que criou maiores oportunidades para a empresa desenvolver tecnologias relevantes na China.
De acordo com Ehrhart, a China, parcialmente impulsionada pelo seu objetivo de descarbonização, emergiu como um mercado líder na tecnologia do hidrogénio, particularmente em aplicações de veículos comerciais.
"Há ainda mais oportunidades para desenvolvermos tecnologias que possam ser parte da solução aqui na China, para a China, mas também para além dela", refere.
"Acreditamos no futuro do mercado chinês. Vamos ficar aqui pelos clientes chineses e para que as empresas chinesas tenham sucesso nos mercados globais", acrescentou Ehrhart.
