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Maior cooperação no BRICS reforça espírito do multilateralismo

Fonte: Diário do Povo Online    11.01.2024 14h52

He Yin, Diário do Povo

O grupo BRICS deu oficialmente as boas-vindas à Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia como novos membros no dia 1º de janeiro deste ano, duplicando o número de membros de 5 para 10.

Esta expansão acrescentou peso à influência global dos BRICS, antecipando-se uma maior cooperação do bloco na promoção da paz e do desenvolvimento mundiais, bem como na salvaguarda dos interesses comuns dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento.

Uma maior cooperação dos BRICS surge como resposta ao forte anseio dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento de se unirem e lutarem pelo seu auto-aperfeiçoamento. Desde a sua criação em 2006, o mecanismo BRICS tem fortalecido continuamente sua coesão, solidificado a sua base de cooperação, expandido o seu âmbito de cooperação e aumentado a sua influência global.

Nos últimos anos, a conjuntura internacional tem vindo a se tornar cada vez mais complexa e volátil, levando a um aumento constante da atratividade e apelo do BRICS. Cada vez mais mercados emergentes e países em desenvolvimento aspiram a juntar-se à família BRICS.

A China tem promovido ativamente a expansão do BRICS. O presidente chinês, Xi Jinping, destacou que o BRICS não deveria se tornar um grupo fechado e voltado para dentro, mas sim uma plataforma aberta e inclusiva a novos membros, congregando novas forças que atendam às necessidades práticas de desenvolvimento do bloco.

A China acolheu o Diálogo entre Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento durante a sua presidência do BRICS em 2017, abrindo pela primeira vez a porta à expansão do número de parceiros, através do "BRICS Plus". Quando a China assumiu novamente a presidência dos BRICS em 2022, foi dado início, mediante consenso, à expansão do bloco.

O mecanismo BRICS é uma importante plataforma de cooperação para os mercados emergentes e países em desenvolvimento. À medida que este mecanismo continua a se desenvolver, a sua relevância poderá se traduzir em um papel mais importante na salvaguarda dos interesses destes países.

Atualmente, o unilateralismo e o protecionismo estão aumentando, juntamente com o ressurgimento da mentalidade de Guerra Fria e de jogos de soma zero. A hegemonia e a política de poder representam ameaças à paz e à estabilidade globais. Neste contexto, os mercados emergentes e os países em desenvolvimento estão cada vez mais ansiosos por reforçar a solidariedade e a cooperação e por defender a equidade e a justiça.

A família alargada do BRICS continuará a forjar uma parceria estratégica mais forte, e a expandir o modelo "BRICS Plus", de modo a aumentar a representatividade e a voz dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento nos assuntos globais.

Os novos membros da família BRICS estão confiantes nas perspetivas de uma maior cooperação. A Arábia Saudita disse que se tornará ainda mais próspera após de aderir ao mecanismo BRICS. O Egipto, que sempre desejou se juntar, espera fortalecer ainda mais os seus laços com outros membros. Os Emirados Árabes Unidos observaram que a sua adesão ao mecanismo de cooperação BRICS marcou um novo capítulo nas suas parcerias econômicas multilaterais. Tanto o Irã quanto a Etiópia acreditam que irão beneficiar com a adesão.

A maior cooperação dos BRICS, em linha com a tendência histórica de construção de um mundo multipolar, conduz à abordagem de uma série de questões e desafios importantes que o mundo hoje enfrenta. Com a adição de novos membros, a família BRICS tem agora uma cobertura geográfica mais ampla e um maior âmbito de cooperação, o que desempenhará um papel mais importante na promoção da paz e do desenvolvimento mundiais e na defesa da equidade e da justiça internacionais.

Em novembro passado, foi organizada uma cúpula virtual extraordinária dos BRICS sobre a questão Palestina-Israel para coordenar posições e tomar ações relevantes, tornando-se uma voz de paz e justiça.

Ao contrário de certos países que estão obcecados em formar pequenos círculos e blocos exclusivos, a cooperação BRICS não se envolve em confrontos, estando o BRICS empenhado em promover uma maior democracia nas relações internacionais e em praticar o verdadeiro multilateralismo.

O ex-ministro adjunto das Relações Exteriores do Egipto, Hussein Haridy, escreveu num artigo publicado recentemente no jornal egípcio Al-Ahram, que o grupo alargado dos BRICS está destinado a desempenhar um papel importante na diminuição do impacto negativo da geopolítica no multilateralismo.

A maior cooperação dos BRICS fortalecerá ainda mais as forças da paz e do desenvolvimento mundial e tornará a governação global mais justa e mais equitativa de uma forma mais eficaz.

A China está confiante no futuro da cooperação do BRICS e continuará a trabalhar com seus parceiros para defender um mundo multipolar igualitário e ordenado e uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva, em prol da construção de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade.

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