A cooperação agrícola entre a China e a África produziu resultados frutíferos com um futuro próspero para uma parceria ganha-ganha abrangente, disseram participantes do segundo Fórum sobre Cooperação China-África na Agricultura.
Com o tema "Segurança Alimentar para África: um Novo Capítulo para a Cooperação Agrícola China-África", o fórum aconteceu em Sanya, Província de Hainan, no sul da China, de segunda a quarta-feira.
Em um discurso de abertura, Tang Renjian, ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, disse que, na última década, a China criou 24 centros de demonstração de tecnologia agrícola na África e popularizou mais de 300 tecnologias agrícolas avançadas, o que aumentou a produtividade das culturas locais em uma média de 30% a 60%, beneficiando mais de 1 milhão de agricultores nos países africanos.
Até o final de 2021, o investimento agrícola das empresas chinesas na África tinha atingido 12,8 bilhões de yuans (US$ 1,77 bilhão), representando um crescimento anual médio de 11,4% e criando mais de 30 mil empregos, acrescentou Tang.
Observando que a cooperação na agricultura é uma oportunidade vantajosa tanto para a China quanto para a África, Josefa Leonel Correia Sacko, comissária da União Africana (UA) para a agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente sustentável, afirmou: "Com a China movendo-se e liderando o caminho na modernização agrícola através de um investimento significativo em pesquisa científica e tecnologia, apresenta-se uma enorme oportunidade para a UA explorar e impulsionar a produção agrícola, a transformação da cadeia de valor agroindustrial e agroalimentar na África".
Nos últimos 10 anos, a China assinou 34 documentos de cooperação com 19 países africanos, a UA e a Aliança para uma Revolução Verde na África (ARVA), e realizou diálogos e intercâmbios contínuos sobre questões como segurança alimentar, redução da pobreza e resposta agrícola às mudanças climáticas, disse Tang.
Prevendo oportunidades consideráveis para empresas de infraestrutura e agroalimentares chinesas, Hailemariam Dessalegn Boshe, presidente da ARVA, disse: "Acreditamos que trabalhar com empresas chinesas pode criar oportunidades vantajosas para todos, e saudamos as contribuições e o engajamento para coprojetar essas oportunidades".
Em termos de intercâmbios de pessoal, o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais enviou mais de 400 especialistas agrícolas para a África e treinou mais de 10 mil funcionários administrativos e técnicos para os países africanos, disse Tang.
Demba Sabally, ministro da Agricultura da Gâmbia, aplaudiu que os projetos de ajuda e assistência fornecidos pela China são "extremamente significativos" e começaram a mudar a vida do setor agrícola e da população agrícola de seu país.
"No âmbito da cooperação Sul-Sul, a Gâmbia beneficiou-se do generoso apoio da China através do fornecimento de especialistas agrícolas", disse.
Deus Gumba, ministro das Terras do Maláui, compartilhou uma visão semelhante, dizendo que "a China tem experiência e tecnologia para ajudar os países africanos a modernizar sua agricultura para aumentar a produção. Isso inclui apoiar a adição de valor para permitir que países como o Maláui exportem produtos agrícolas semiprocessados".
Para ajudar a modernização agrícola da África, a China se concentrará em iniciativas para reforçar a capacidade de produção de culturas na África, realizar programas de cooperação inovadores em ciência e tecnologia agrícola e implementar projetos de demonstração sobre a redução da pobreza.
"Nos últimos anos, a China demonstrou forte vontade e desejo de promover e expandir sua cooperação com o Sudão do Sul e muitos países africanos nas áreas de agricultura e segurança alimentar", disse Josephine Lagu Yanga, ministra da Agricultura e Segurança Alimentar do Sudão do Sul.
"Continuamos prontos para elevar nossa cooperação agrícola com a China ao nível mais alto", acrescentou.
Em 2023, o volume de comércio de produtos agrícolas entre a China e a África deve ultrapassar US$ 10 bilhões, quase o dobro do número registrado há uma década, e a meta para a próxima década é ultrapassar US$ 20 bilhões.