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Opinião: desenvolver as relações China-EUA com senso de responsabilidade pela história, pelas pessoas e pelo mundo

Fonte: Diário do Povo Online    15.11.2023 09h25

Zhongsheng, Diário do Povo

A convite do presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente chinês, Xi Jinping, participará de uma reunião China-EUA e na 30ª reunião de líderes econômicos da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC), em São Francisco.

Os dois presidentes manterão uma comunicação aprofundada sobre questões de importância estratégica, abrangente e fundamental nas relações China-EUA e relativas à paz e ao desenvolvimento mundiais.

Esta será a primeira visita de Xi aos EUA nos últimos seis anos e o primeiro encontro presencial entre os dois chefes de Estado desde a reunião em Bali, no ano passado. A reunião terá uma importância significativa e atrairá a atenção mundial.

As relações China-EUA são as relações bilaterais mais importantes do mundo. Se a China e os EUA conseguirem gerir adequadamente o seu relacionamento, isso terá uma influência positiva no futuro do mundo.

A diplomacia de chefes de Estado desempenha um papel estratégico insubstituível no crescimento dos laços bilaterais. Desde fevereiro de 2021, Xi conversou por várias vezes por telefone e se reuniu com Biden, com o objetivo de colocar a relação China-EUA no trilho certo.

Durante uma reunião virtual com Biden em Novembro de 2021, Xi destacou que o acontecimento mais importante nas relações internacionais nos próximos 50 anos será a China e os EUA encontrarem a forma certa de se relacionarem.

A política da China em relação aos EUA é consistente, o que significa respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa para ambas as partes. A China está pronta, partindo deste pressuposto, para explorar juntamente com os Estados Unidos, o caminho certo para os dois países levarem as suas relações avante de forma estável.

Em novembro passado, Xi e Biden estiveram reunidos em Bali, na Indonésia, e chegaram a um conjunto de importantes entendimentos, os quais tiveram impactos profundos nas relações bilaterais.

A reunião identificou uma direção clara, ou seja, evitar que as relações descarrilem ou fiquem fora de controlo e definiu a forma correta das duas principais potências se relacionarem.

Foi também dado início a um processo de implementação dos importantes entendimentos comuns alcançados pelos dois chefes de Estado para gerir e estabilizar as relações.

Mais recentemente, os dois países têm implementado o consenso alcançado pelos dois chefes de estado durante a reunião em Bali, e aumentado os intercâmbios de alto nível, dando início a uma série de mecanismos de diálogo e cooperação em âmbitos subnacionais, não governamentais e interpessoais. Como resultado, as relações bilaterais têm demonstrado sinais de estabilização.

Desta feita, o encontro presencial entre Xi e Biden, um ano depois de terem estado reunidos em Bali, será de grande importância para estabilizar e melhorar as relações China-EUA, mantendo-se em linha com os interesses comuns bilaterais e com a expectativa geral da comunidade internacional.

As relações mútuas nos últimos anos provaram que ambos os países devem sempre aderir aos princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação vantajosa. O respeito mútuo é o pré-requisito para as interações entre os dois países; a coexistência pacífica é a linha vermelha que devem respeitar; a cooperação ganha-ganha é o objetivo ao qual devem almejar.

Houve e continuará a haver divergências, mas isso não deve impedir a China e os EUA de procurarem um terreno comum, ao mesmo tempo que são arquivadas as diferenças e se busca uma cooperação vantajosa para ambas as partes.

A China não se tornará um país igual aos EUA, e os EUA não podem remodelar a China com base em seus gostos. O respeito mútuo e a inclusão são a única escolha para ambos os países.

Aderir às normas básicas das relações internacionais e aos três comunicados conjuntos China-EUA é crucial para gerir diferenças, prevenir confrontos e evitar conflitos entre os dois lados.

Os EUA devem abandonar a mentalidade da Guerra Fria e de confronto, tomar medidas e políticas concretas para resolver o "défice de ação" e aumentar a confiança estratégica mútua com a China.

A cooperação mutuamente benéfica é a verdadeira narrativa das relações China-EUA no último meio século. Definir toda a relação China-EUA como uma relação exclusivamente baseada na concorrência, não só desrespeita a história como é contrária aos fatos.

Os interesses comuns dos dois países superam em muito suas diferenças, e o sucesso da China e dos EUA representa uma oportunidade, e não um desafio, para ambas as partes. Ambos devem procurar o desenvolvimento e a prosperidade comuns que beneficiem não só a si mesmas, mas também o resto do mundo.

Sendo dois países importantes, a China e os EUA assumem responsabilidades especiais e devem demonstrar abertura de espírito, visão e compromisso. Somente lidando com as relações bilaterais com um sentido de responsabilidade pela história, pelas pessoas e pelo mundo, poderão os dois países melhorar continuamente o bem-estar dos seus povos, promover o progresso da sociedade humana e contribuir para a paz e para o desenvolvimento mundiais.

A história é o passado de hoje e o presente será a história do futuro. Os povos chinês e americano uniram forças na Guerra Antifascista Mundial, defendendo a paz e a justiça. A relação entre os dois lados continuou a se desenvolver em bons e maus momentos desde o estabelecimento dos laços diplomáticos, o que beneficiou os dois países e o resto do mundo.

Os fatos históricos comprovaram repetidamente que tanto a China quanto os EUA têm a ganhar com a cooperação e a perder com o confronto, e que a cooperação é sempre a melhor escolha.

A afirmação de que “a política de envolvimento dos EUA com a China falhou” está a ser alardeada por algumas vozes nos EUA, algo contrário à verdade histórica. O facto de os EUA rotularem a China como o “concorrente mais sério” e o “desafio geopolítico mais significativo” não está de acordo com os fatos e consiste em uma irresponsabilidade histórica.

A concorrência entre grandes potências não segue a tendência dos tempos e não pode resolver desafios reais. Nesta conjuntura crítica de desenvolvimento histórico, todas as decisões tomadas pela China e pelos EUA serão registradas com justiça pela história.

Ambos os lados devem encarar e gerir a sua relação a partir da perspectiva da histórica de explorarem em conjunto a forma correcta de se relacionarem adequadamente na nova era.

Recentemente, novas histórias inspiradoras foram escritas nos contínuos intercâmbios interpessoais entre a China e os EUA.

O grupo “Kuliang Friends” deu continuidade ao legado de amizade forjado há cem anos. A Associação de Intercâmbio de Jovens e Estudantes EUA-China tomou medidas ativas para promover intercâmbios amigáveis entre jovens de ambos os países. Os veteranos dos  (Tigres Voadores) herdaram e levam adiante a preciosa riqueza espiritual da cooperação entre a China e os EUA. A Orquestra de Filadélfia está a alargar o seu vínculo musical com o povo chinês que dura já há meio século.

Fortalecer os intercâmbios, aprofundar a amizade e alcançar uma cooperação vantajosa para todos são as expectativas e escolhas comuns dos povos de ambos os países.

Nos últimos anos, as relações sino-americanas têm enfrentado dificuldades que não se alinham com os interesses fundamentais dos dois povos. O custo da “dissociação e rutura das cadeias industriais e de abastecimento” será, em última análise, suportado pela população. O bloqueio dos intercâmbios corta os canais para as pessoas se conhecerem e compreenderem umas às outras, e o confronto entre grandes potências leva à perda de oportunidades de desenvolvimento.

Tanto a China quanto os EUA devem considerar as aspirações dos seus povos e agir de acordo com o que os dois povos desejam. Devem envolver-se em mais interações, diálogos e intercâmbios, dissolver mal-entendidos e julgamentos errados e construir pontes de compreensão mútua.

Ser responsável pelo mundo significa ouvir as vozes internacionais e liderar a cooperação global.

A China e os EUA, como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e duas principais economias do mundo, representam mais de 1/3 da economia global, quase 1/4 da população mundial e aproximadamente 1/5 do comércio bilateral global. Ambos têm responsabilidades significativas pela paz, estabilidade e desenvolvimento do mundo.

À medida que o mundo entra num novo período de turbulência e transformação, as incertezas, as instabilidades e os fatores de imprevisibilidade aumentam. A comunidade internacional espera universalmente um rápido retorno ao caminho do desenvolvimento saudável e estável nas relações China-EUA.

No mundo de hoje, a coordenação e a cooperação entre a China e os EUA são indispensáveis para a recuperação global pós-pandemia, a resposta às alterações climáticas e a resolução de questões críticas regionais. A abordagem conjunta dos dois países aos desafios globais não é apenas uma necessidade para a paz e o desenvolvimento mundiais, mas também uma responsabilidade dos principais países.

Dadas as atuais mudanças profundas sem precedentes em um século, todos os políticos responsáveis devem responder às questões dos tempos e fazer escolhas históricas com confiança, coragem e sentido de responsabilidade.

Tanto a China quanto os EUA devem aderir aos princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação vantajosa. Com um sentido de responsabilidade pela história, pelas pessoas e pelo mundo, os dois países devem se encontrar a meio do caminho e lutar por um desenvolvimento sólido e estável das suas relações.

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