O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no Departamento de Estado, na tarde de quinta-feira. (Foto:Xinhua)
A China e os Estados Unidos têm divergências, mas também partilham interesses importantes. Desse modo, precisam de manter um diálogo "profundo" e "abrangente" para reduzir mal-entendidos e estabilizar as relações, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, no início da sua visita aos EUA, na quinta-feira.
Wang, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e diretor do Escritório da Comissão Central de Relações Exteriores, viajou a Washington para uma visita de três dias, a convite do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
"A China e os Estados Unidos são dois países importantes. Temos divergências; temos diferenças. Ao mesmo tempo, também partilhamos importantes interesses comuns e enfrentamos desafios aos quais precisamos de responder em conjunto", disse Wang, antes da sua reunião no Departamento de Estado dos EUA.
Portanto, os dois países precisam dialogar, disse Wang aos repórteres. Wang destacou então a natureza e o propósito desse diálogo.
"Não devemos apenas retomar o diálogo. O diálogo deve ser profundo e abrangente para que possamos aumentar a compreensão mútua, reduzir mal-entendidos e erros de julgamento, procurar constantemente expandir o terreno comum e prosseguir uma cooperação que beneficie ambos os lados, em prol da estabilização das relações China-EUA e da sua reposição ao caminho do desenvolvimento saudável, estável e sustentável", afirmou.
O diplomata veterano observou ainda que, nas relações China-EUA, por vezes surgem algumas "vozes dissonantes" e, quando isso acontece, a China irá encarar a situação com calma.
"Pensamos que o que é certo e o que é errado não é determinado por quem tem o braço mais forte ou a voz mais alta, mas por ver se alguém se comporta de uma forma que seja consistente com as disposições dos três comunicados conjuntos China-EUA, consistentes com o direito internacional, com as normas básicas das relações internacionais, e com a tendência de desenvolvimento da época", disse ele.
“Estamos confiantes de que, no final do dia, os factos provarão tudo e que a história dará o seu veredicto justo”, acrescentou.
Blinken concordou com as palavras de Wang Yi e disse antever conversas “construtivas” nos próximos dois dias, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado.
Wang realizou uma visita recíproca, após a viagem de Blinken à China, em junho.
Durante a reunião na quinta-feira, ambos realizaram uma troca aprofundada de pontos de vista sobre as relações bilaterais e questões de interesse comum “numa atmosfera construtiva”, de acordo com uma leitura do Ministério das Relações Exteriores da China, acrescentando que ambos os lados continuariam a conversar na sexta-feira.
Na terça-feira, a porta-voz do ministério, Mao Ning, disse que Wang terá “intercâmbios amigáveis” com individualidades de todas as esferas da sociedade nos EUA e deixará clara a posição de princípio da China e as preocupações legítimas em relação às relações China-EUA durante esta visita.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse em uma coletiva de imprensa na quinta-feira que Wang deverá se reunir com o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, na sexta-feira.
O conflito no Médio Oriente também deverá estar na agenda durante as conversações entre Wang e autoridades norte-americanas, disse Kirby.