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Nenhum monitoramento pode ser interpretado como endosso à descarga oceânica do Japão, diz porta-voz chinesa

Fonte: Xinhua    13.09.2023 09h45

Nenhum monitoramento pode ser lido como um endosso à descarga oceânica da água de Fukushima pelo Japão ou lhe dar qualquer legitimidade ou legalidade, disse na terça-feira Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou há alguns dias em seu site que a primeira amostragem e análise independente da água do mar perto da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi desde o início das descargas de água tratada pelo Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (ALPS) confirma que os níveis de trítio estão abaixo do limite operacional do Japão.

Quando solicitada a comentar, Mao afirmou em uma coletiva de imprensa diária que a descarga de água contaminada por energia nuclear no oceano pelo Japão é uma medida sem precedentes que afeta o grande interesse e preocupação de outros países. O chamado monitoramento do Secretariado da AIEA não é autorizado pelo Conselho de Governadores do órgão nem totalmente discutido pelos Estados-membros.

É apenas a consultoria técnica e o apoio do Secretariado ao Japão e não é internacional nem independente, acusou Mao.

Ela observou que 7.800 toneladas de água contaminada por energia nuclear foram despejadas no oceano e, ainda assim, a comunidade internacional não foi informada sobre as providências específicas de monitoramento do Secretariado da AIEA.

O mundo exige um arranjo de monitoramento internacional que tenha a participação total e substancial dos países vizinhos do Japão e de outras partes interessadas e que permaneça eficaz a longo prazo, bem como um plano de acompanhamento detalhado que abranja aspectos como as categorias de radionuclídeos, a frequência, os locais, o escopo e os relatórios, explicou Mao, pedindo ao Japão e ao Secretariado da AIEA que respondam a essas questões de forma séria e responsável.

"Também preciso ressaltar que nenhum monitoramento poderia ser interpretado como um endosso à descarga oceânica pelo Japão ou lhe dar qualquer legitimidade ou legalidade. O país deve parar imediatamente de transferir os riscos da poluição nuclear para o mundo inteiro", destacou a porta-voz.

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