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Museu Britânico alvo de dúvida sobre a capacidade de proteger relíquias culturais

Fonte: Diário do Povo Online    29.08.2023 14h43

O Museu Britânico está no centro de um turbilhão, após a revelação de que cerca de 2.000 artefactos da sua coleção se encontram desaparecidos. A polícia britânica e o museu não divulgaram até há data fotos ou descrições detalhadas dos artefactos alegadamente roubados.

Embora o museu tenha anunciado no sábado que alguns dos itens desaparecidos haviam sido recuperados, surgiram dúvidas entre o público e os países de origem das peças quanto à capacidade do museu de as proteger.

A grande maioria do acervo do museu, com cerca de 8 milhões de itens, proveio do exterior.

Dados publicados pela UNSCEO indicam que cerca de 1,6 milhões de relíquias culturais chinesas foram roubadas da China e recolhidas por 47 museus em todo o mundo. O Museu Britânico está na posse da maior coleção, com cerca de 23 mil peças.

Entre elas, cerca de 2.000 peças estão expostas por um longo período, incluindo as Advertências da Instrutora às Damas da Corte da Dinastia Tang (618-907), estátuas tricolores de Luohan da Dinastia Liao (907-1125), bronzes das dinastias Shang e Zhou, pergaminhos de sutras budistas de pedra das dinastias Wei e Jin e outros tesouros nacionais extremamente valiosos.

A obra Admoestações da Instrutora às Damas da Corte, presentemente no Museu Britânico, constitui a cópia mais próxima da prestigiada pintura chinesa de Gu Kaizhi. É uma das coleções mais famosas do museu. Foi saqueado da corte da Dinastia Qing durante o Cerco de Beijing pela Aliança das Oito Nações em 1900.

Existem muito poucas estátuas tricolores de Luohan da Dinastia Liao no mundo e as coletadas no Museu Britânico foram trasladadas para exterior, a partir do condado de Yixian, província de Hebei.

O Museu Britânico recusou-se a devolver as relíquias culturais ao longo dos anos, principalmente com base na Lei do Museu Britânico, que foi alterada pelo Parlamento Britânico em 1963 e que basicamente proíbe o museu de devolver qualquer uma das suas coleções.

O principal advogado britânico de direitos humanos, Geoffrey Robertson QC, disse: “Os curadores do Museu Britânico tornaram-se os maiores receptores de bens roubados do mundo. A grande maioria do saque não está sequer em exposição pública”.

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