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China e Rússia iniciam exercício militar conjunto no Mar do Japão

Fonte: Diário do Povo Online    21.07.2023 11h12

O exercício militar conjunto China-Rússia Norte/Interação-2023 no Mar do Japão.

Com um destróier da Marinha do Exército de Libertação Popular da China (ELP) designado como navio de comando, o exercício militar conjunto China-Rússia Norte/Interação-2023 começou no Mar do Japão na quinta-feira (20).

Os exercícios de quatro dias fortalecerão a cooperação militar dos dois países e contribuirão para salvaguardar a paz e a estabilidade na Ásia-Pacífico em meio a tensões e ameaças potenciais na região, explicaram especialistas.

Uma cerimônia de abertura para o exercício foi realizada nas águas centrais do Mar do Japão na quinta-feira, seguida imediatamente por ações ao vivo, incluindo exercícios de escolta marítima e aérea, informou a Televisão Central da China (CCTV) no mesmo dia.

Nos próximos dias, o exercício também incluirá dissuasão e repulsão, defesa de estradas e simulações de batalhas de confronto, informou a CCTV.

Programado para ser realizado de quinta a domingo e com o uso de munição real, o exercício conjunto China-Rússia Norte/Interação-2023 contará com missões antissubmarinas, combate naval, escolta marítima e aérea de navios, guarda e defesa de destacamentos de navios quando atracados num ancoradouro desprotegido e garantia da segurança das comunicações dentro e sobre o Mar do Japão, informou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado à imprensa na quinta-feira.

Sob o tema da salvaguarda de rotas marítimas estratégicas, serão realizados procedimentos básicos de combate contra alvos aéreos, de superfície e submarinos, reportou o Global Times, citando Li Yaqiang, especialista naval chinês.

Com a participação das principais forças navais e de aviação de ambos os lados, o exercício deve ser considerado de grande escala, disse Li.

No mar, o lado chinês é representado pelos destróieres de mísseis guiados Type 052D Qiqihar e Guiyang, as fragatas de mísseis guiados Type 054A Zaozhuang e Rizhao, e o navio de reabastecimento abrangente Type 903 Taihu, que se encontrou com os navios russos participantes, os grandes navios antissubmarinos Admiral Tribunts e Admiral Panteleev, bem como as corvetas Gremashy e Hero of the Russian Federation Aldar Tsyden Zhapov nas águas designadas no Mar do Japão na terça-feira (18), depois de partir de Qingdao, província de Shandong, no leste da China, no sábado (15).

No ar, ambos países estão enviando mais de 30 aeronaves, entre caças, aviões antissubmarinos e helicópteros, segundo o comunicado de imprensa russo. A CCTV informou que o lado chinês implantou a grande aeronave de transporte Y-20, a aeronave de alerta precoce KJ-500, o caça a jato J-16 e o helicóptero Z-20 para Vladivostok, no Extremo Oriente da Rússia, como parte do exercício.

Isso significa que as aeronaves chinesas estão operando a partir de aeródromos russos durante o exercício, marcando um alto nível de cooperação militar e confiança mútua entre os dois países, disse Fu Qianshao, especialista chinês em aviação militar.

Com o Mar do Japão bem na porta da Rússia, aeronaves chinesas operando a partir de um aeródromo russo podem diminuir significativamente o tempo de reação contra ameaças potenciais na região, explicou Fu.

Para liderar o exercício, um quartel-general conjunto foi estabelecido a bordo do contratorpedeiro Qiqihar da Marinha do ELP, confirmaram ambos os lados oficialmente.

Equipado com sistemas avançados de comando e controle, o Qiqihar e o quartel-general conjunto a bordo podem receber informações de toda a flotilha, analisá-las e enviar ordens em tempo real, disse um especialista militar que prefere o anonimato.

Para conseguir isso, os sistemas de comando e controle chineses e russos também devem estar interconectados, o que também reflete um alto nível de cooperação e confiança mútua, avaliaram analistas.

Os exercícios conjuntos China-Rússia estão ocorrendo num momento em que as tensões estão aumentando na região da Ásia-Pacífico. O Japão tem interferido na questão chinesa de Taiwan, alegando que "uma emergência de Taiwan é uma emergência japonesa", enquanto os EUA teriam enviado um submarino com armas nucleares para a Coreia do Sul na terça-feira pela primeira vez em quatro décadas numa tentativa de deter a Coreia do Norte.

O exercício China-Rússia Norte/Interação-2023 faz parte de uma cooperação militar China-Rússia agendada anualmente e não tem como alvo terceiros, mas serve para salvaguardar a paz e a estabilidade regional de quaisquer ameaças à segurança que possam ocorrer, destacaram analistas.

Organizado pelo Comando do Teatro do Norte do ELP, o exercício visa elevar ainda mais o nível de cooperação estratégica dos dois militares e fortalecer suas capacidades na salvaguarda conjunta da paz e estabilidade regional, além de lidar com vários desafios de segurança, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério da Defesa Nacional da China publicado no sábado.

Após o exercício, as forças navais e de aviação chinesas e russas realizarão patrulhas conjuntas nas águas do Pacífico, disse a Marinha do ELP no sábado.

Essas patrulhas conjuntas podem levar as forças conjuntas a circunavegar o Japão a partir do Mar do Japão, do Pacífico Ocidental e do Mar da China Oriental, disseram observadores.

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