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Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa: construindo pontes interpessoais entre a China e Portugal

Fonte: Diário do Povo Online    20.06.2023 09h59

No passado dia 13 de junho, o Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa, fruto da colaboração da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin e da Universidade de Lisboa, em Portugal, foi galardoado com o prémio "Instituto Confúcio Modelo Global".

Wang Jincheng, diretor chinês do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa, e João Barreiro, o diretor português, concederam uma algumas declarações ao Diário do Povo Online, nas quais abordaram o papel desempenhado pela instituição na promoção do intercâmbio cultural entre os dois países.

Cerimónia de entrega dos prémios do "Instituto Confúcio Modelo Global". Foto: site oficial da Universidade de Lisboa

Wang Jincheng afirma que o prémio é, não só o reconhecimento do trabalho realizado pelo Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa nos últimos 15 anos, mas também um estímulo para os trabalhos a desempenhar no futuro. Existem mais de 50 Institutos Confúcio modelo em todo o mundo, representando cerca de 10% do número total.

Wang Jincheng afirma que, nos últimos anos, o ensino da língua chinesa em Portugal está cada vez mais profissionalizado, respondendo constantemente às necessidades de desenvolvimento pessoal de diferentes alunos. Além de ministrar cursos de chinês, o Instituto Confúcio continua também a promover e popularizar a cultura chinesa e a China moderna. Os alunos têm também cada vez mais acesso a atividades de intercâmbio, como acampamentos de verão na China, a competição "Chinese Bridge", palestras de especialistas convidados, etc.

Na opinião de Wang Jincheng, o objetivo dos portugueses que procuram aprender chinês também mudou ao longo do tempo. “Inicialmente, a maioria eram alunos de idade avançada, motivados pelo interesse pela cultura chinesa. Com o contínuo aprofundamento das trocas económicas e comerciais entre a China e Portugal, bem como a crescente cooperação em educação, ciência e tecnologia e cultura, há cada vez mais estudantes jovens. A maioria dos novos alunos pretende um uso prático do chinês, querem usar a língua no trabalho no futuro”, destacou Wang Jincheng.

João Barreiro, Diretor Português do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa.  Fonte: Embaixada da China em Portugal

A este respeito, Barreiro refere que, à medida que a influência global da China aumenta, a aprendizagem do chinês também pode abrir “portas” aos alunos. "A principal motivação é o domínio de uma língua para a obtenção de um de 1 grau, ou seja, são estudantes que frequentam, por exemplo, o curso de Estudos Asiáticos e, como tal, devem aprender línguas asiáticas. O chinês é uma delas. Estou a falar de alunos entre os 18 e os 23 ou 24 anos. Depois temos também muitos jovens adolescentes que têm interesse na língua chinesa", destacou Barreiro.

Wang Jincheng, diretor chinês do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa.

Wang Jincheng destacou um aluno septuagenário com o qual ficou profundamente impressionado. Depois de ter estudado chinês no Instituto Confúcio por quatro anos, o aluno começou a ensinar o idioma a outras pessoas no centro de aprendizagem da sua comunidade.

"Existem muitos alunos jovens e de excelência. Aprender chinês é uma grande ajuda para o desenvolvimento de suas carreiras. Por exemplo, temos alunos que atualmente trabalham no TikTok, em Londres, na embaixada na China, etc. Por vezes também dou aconselhamento em matéria de estudos ou procura de emprego. Essa é também uma responsabilidade que tenho, enquanto diretor", disse Wang Jincheng.

Embora a língua chinesa proporcione oportunidades aos alunos, eles, enquanto “embaixadores”, podem também promover o intercâmbio e a cooperação entre a China e Portugal. Wang acrescenta: "O antigo embaixador de Portugal na China, José Augusto Duarte, que deixou o cargo recentemente, também estudou aqui durante três meses".

Barreiro confessou também que, enquanto diretor português, ficou orgulhoso de ver os alunos alcançarem bons resultados. Os alunos premiados no concurso “Chinese Bridge”, bem como os alunos que usam o chinês na sua profissão, representam Portugal e o Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa, e destacam-se nas suas respetivas áreas.

À medida que o mandarim se torna cada vez mais popular em Portugal e o governo português atribui grande importância à aprendizagem do idioma para as gerações mais jovens, o número de portugueses que procura compreender a China é também cada vez maior.

Wang Jincheng, além de diretor chinês do Instituto Confúcio e professor de língua chinesa, é também mais um "embaixador civil". Esse estatuto implica responsabilidades na forma de comunicar e interagir com a sociedade portuguesa. "Muitas pessoas locais podem não ter a oportunidade de ir à China pessoalmente e, por isso, aprendem mais sobre a China através de nós. Seja na qualidade de diretor, professor ou amigo, represento sempre a imagem do povo chinês. Portanto, no dia a dia, devemos ser sempre ser rigorosos", refere.

A popularidade do idioma chinês em Portugal não pode ser separada da estreita interação entre a China e Portugal. A esse respeito, Barreiro expressou que a língua chinesa é amplamente divulgada no mundo, uma língua em crescimento, e uma língua que abre portas futuras.

"As relações entre a China e o Ocidente, entendidas no sentido mais lato, incluindo a Europa, mas também os Estados Unidos, como sabe, estão a sofrer neste momento um conjunto de pequenas dificuldades (...) Aquilo que esperamos é que os governos façam aquilo que lhes compete: pensar bem e pensar bem o futuro. Se pensarem bem o futuro, a cooperação entre os povos aumentará, se pensarem mal o futuro, perderemos todos".

Para o futuro, Wang Jincheng deseja ajudar na difusão da cultura portuguesa na China e, para isso, conta com a disponibilidade do lado português.

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