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China está preocupada com alegações de redução de riscos da UE, diz chanceler

Fonte: Xinhua    10.05.2023 10h53

A China aprecia o anúncio da Alemanha e da União Europeia (UE) de não tentar se desvincular do país, mas também está preocupada com as alegações da UE sobre "desarriscar" (estratégia de redução de riscos), explicou o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, na terça-feira(9).

Qin deu as declarações durante uma coletiva de imprensa junto com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, após suas conversas em Berlim.

É preciso identificar os riscos e descobrir de onde eles vêm primeiro quando se fala em "desarriscar", disse Qin, em resposta a uma pergunta sobre o conceito em questão por meio da diplomacia das relações com a China, termo criado pela Alemanha e pela UE.

A China não exporta seu sistema, mantém seu caminho de desenvolvimento pacífico, busca uma estratégia de abertura com resultados mutuamente benéficos e vantajosos para ambas as partes, cumpre e defende a ordem internacional com base nas leis internacionais, opõe-se a atos de hegemonia, dominação e intimidação, lembrou Qin, acrescentando que o país nunca realizará uma atividade como a destruição do gasoduto Nord Stream 2.

A China está disposta a dar as mãos a outros países para enfrentar os desafios em conjunto e construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, apontou Qin.

"São oportunidades em vez de crises, cooperação em vez de confronto, estabilidade em vez de turbulência, segurança em vez de riscos que a China tem exportado", afirmou.

As cadeias industriais e de abastecimento internacionais entraram em sua forma atual como resultado da globalização econômica e da economia de mercado, ambas ardorosamente defendidas e promovidas nos países europeus.

Já se passaram mais de 40 anos desde que a China promulgou sua política de reforma e abertura e a cooperação econômica, comercial e de investimento entre a nação, a Alemanha e outros países europeus teve conquistas frutíferas desde então, elogiou Qin.

"China, Alemanha e UE se beneficiaram imensamente da cooperação", salientou.

"Na verdade, a China e a UE são dois grandes mercados que crescem juntos e são parceiros para uma cooperação ganha-ganha", exaltou o ministro.

A China está empenhada em alcançar um desenvolvimento de alta qualidade e prosseguirá com a estratégia de abertura de alto nível. A nação criará um ambiente de investimento propício baseado em uma economia de mercado, regra e ordem e internacionalização. Empresas da Alemanha e de outros países europeus são bem-vindas, como sempre, para explorarem o mercado chinês, garantiu Qin.

"Apreciamos o anúncio da Alemanha e da UE de que não buscariam se desvincular da China, mas ainda estamos preocupados com as alegações da UE sobre 'desarriscar'", ressaltou Qin.

Se (alguns países ou partidos) buscarem a dessinicização em nome da estratégia de redução de riscos, eles estariam, na verdade, rompendo com oportunidades, cooperação, estabilidade e desenvolvimento, alertou Qin.

A Alemanha, a UE e a China devem se manter fiéis às regras do comércio internacional, ao espírito contratual e continuar a abrir-se umas às outras. A cooperação econômica, comercial e de investimento não deve ser politizada e não deve haver interferência no mercado.

Qin alegou que vale a pena notar que alguns países estão lançando uma "nova Guerra Fria". Eles vêm quebrando regras internacionais, alimentando confrontos ideológicos e de blocos, tentando se desvincular de outros e cortar cadeias de suprimentos, abusando do poder de monopólio de sua moeda para impor jurisdição de braço longo e sanções unilaterais a outros países. Além disso, eles têm exportado sua própria inflação, crise financeira e criado efeitos colaterais severos. "Esses são riscos reais que devem ser levados em consideração".

A "nova Guerra Fria", se iniciada, prejudicaria não apenas os interesses da China, mas também os da UE, avisou Qin.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha reduziria 2%, ou 60 bilhões de euros (US$ 66 bilhões), se o país se dissociasse da China, notou o chanceler, citando um relatório divulgado recentemente por um think tank austríaco.

"Devemos nos posicionar firmemente contra a 'dissociação e o corte das cadeias de suprimentos', manter uma vigilância atenta contra a 'nova Guerra Fria' e dar as mãos para garantir uma cadeia industrial e de suprimentos internacional estável e sem problemas", acentuou Qin.

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