O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência do Brasil, general da reserva Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo na quarta-feira, horas depois da divulgação de um vídeo em que aparece no Palácio de Planalto durante as invasões de extremistas ocorridas no dia 8 de janeiro.
O pedido de demissão foi anunciado depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de outras pastas, no Palácio do Planalto.
O general Gonçalves Dias é a primeira baixa do governo neste terceiro mandato de Lula, iniciado em 1º de janeiro.
A atuação do GSI durante os atos de 8 de janeiro, quando partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, tem sido alvo de críticas.
As imagens divulgadas na quarta-feira por uma rede de televisão mostram Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
Um dos funcionários do GSI fala com os invasores, e os cumprimenta e, em outro momento, pode-se ver membros do órgão dando água aos invasores.
Em nota, o GSI disse que "as imagens divulgadas hoje mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar o quarto e o terceiro piso do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da polícia militar do Distrito Federal, foi possível realizar a prisão dos mesmos".
Por sua vez, a nota divulgada pela Secretária de Comunicação da Presidência após o pedido de demissão, diz que "a violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastadas nos dias subsequentes ao episódio".
A nota lembra que 81 militares, inclusive do GSI, já foram ouvidos no inquérito sobre os atos e que "o governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio".
Formado majoritariamente por militares, o GSI é o responsável pela segurança dos espaços ligados à Presidência da República.
Até 2023, o GSI também era responsável pela segurança pessoal do presidente e sua família, mas Lula decidiu que sua segurança fosse feita por agentes da Polícia Federal, alguns dos quais o acompanharam durante a campanha eleitoral.