O presidente chinês, Xi Jinping, conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta quinta-feira, em Beijing, pedindo a ambos os lados que reforcem a cooperação, promovam as relações entre a China e a União Europeia, e trabalhem conjuntamente para uma solução política da crise na Ucrânia.
REFORÇO DA COOPERAÇÃO BILATERAL
Observando que os dois lados precisam fazer bom uso de seus canais de comunicação abrangentes e de alto nível, Xi pediu aos dois lados que mantenham uma estreita comunicação entre os dois presidentes e realizem uma nova rodada de reuniões este ano para os três mecanismos de diálogo de alto nível, nomeadamente o diálogo estratégico, o diálogo econômico e financeiro e o diálogo sobre intercâmbios entre pessoas.
A China trabalhará com a França para aprofundar a cooperação nos campos como agroalimentar, espacial, aviação e energia nuclear civil, para promover novas áreas de cooperação, incluindo comércio de serviços, desenvolvimento verde e inovação em ciência e tecnologia, e para apoiar o desenvolvimento conjunto de um centro de neutralidade de carbono e o cultivo conjunto de talentos, apontou ele.
A China dá as boas-vindas à França como país convidado de honra na Feira Internacional de Comércio de Serviços da China 2024 e na 7ª Exposição Internacional de Importação da China, disse Xi, expressando a esperança de que a França forneça às empresas chinesas um ambiente de negócios imparcial, justo e não discriminatório.
Macron disse que, apesar de seus diferentes modelos de desenvolvimento, os dois países se respeitam, se comunicam com franqueza e alcançam benefícios mútuos em sua ampla cooperação.
Ele ressaltou que estava levando uma grande delegação à China para buscar uma cooperação e intercâmbios entre pessoas mais estreitos, e que a França está pronta para trabalhar com a China sobre o 3º Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional que a China hospedará.
Discursando na cerimônia de encerramento de uma reunião entre empresários chineses e franceses, Xi disse que a cooperação econômica e comercial China-França não apenas impulsionou o desenvolvimento econômico dos dois países e melhorou o bem-estar das pessoas, mas também aumentou a confiança e estabilizou as expectativas de recuperação econômica global.
Observando que a vitalidade econômica e social da China já foi totalmente liberada, Xi disse que os dois lados devem aproveitar a oportunidade para fortalecer a cooperação e pediu que permaneçam abertos e inclusivos e aprofundem a cooperação mutuamente benéfica, defendam a independência e salvaguardem seus interesses comuns, ao mesmo tempo que aderem à solidariedade e coordenação para promover o desenvolvimento comum do mundo.
FAZER APELO CONJUNTO POR SOLUÇÃO POLÍTICA DA CRISE NA UCRÂNIA
Xi enfatizou que a posição da China sobre o assunto da Ucrânia é consistente e clara. Trata-se essencialmente de facilitar as negociações de paz e a solução política.
Ele disse que a China está pronta para fazer um apelo conjunto com a França para que a comunidade internacional permaneça racional, exerça moderação e evite tomar ações que possam fazer com que a crise se deteriore ainda mais ou até mesmo saia do controle; aderir rigorosamente ao direito humanitário internacional, evitar atacar civis ou instalações civis e proteger mulheres, crianças e outras vítimas do conflito; cumprir sinceramente a promessa de que as armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares não devem ser combatidas, opor-se ao uso de armas biológicas em qualquer circunstância e se opor a ataques armados contra usinas nucleares ou outras instalações nucleares civis; retomar as negociações de paz o mais rapidamente possível, observar os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas, ter em conta as legítimas preocupações de segurança de todas as partes, procurar uma solução política e promover uma arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável; e abordar conjuntamente os efeitos colaterais da crise na Ucrânia nos alimentos, energia, finanças, transportes e outros campos, e reduzir o impacto negativo da crise ucraniana no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento.
Macron compartilhou a visão da França sobre o assunto e elogiou o importante papel da China na solução política da crise ucraniana. A França pede a retomada das negociações políticas e a uma solução da crise através de meios diplomáticos para alcançar uma paz duradoura na Europa. A França espera aumentar a comunicação e fazer esforços conjuntos com a China em direção à paz.
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CONSTANTE DOS LAÇOS CHINA-UE
No mesmo dia, Xi realizou uma reunião trilateral com Macron e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Beijing.
Xi ressaltou que a China e a UE compartilham amplos interesses comuns. A cooperação e o terreno comum entre as duas partes superam a concorrência e as diferenças. Este ano marca o 20º aniversário do estabelecimento de uma parceria estratégica abrangente China-UE. A China está disposta a trabalhar com a UE para retomar plenamente os intercâmbios a todos os níveis e revitalizar a cooperação mutuamente benéfica em vários campos, injetando assim um novo impulso nas relações China-UE e na paz, estabilidade e prosperidade mundiais.
Xi pediu que a China e a UE defendam conjuntamente a estabilidade e a prosperidade globais e se posicionem contra o hegemonismo, o unilateralismo e as tentativas de desacoplar economias ou cortar cadeias de suprimento.
Ele disse que os dois lados precisam intensificar a comunicação e a coordenação da política macroeconômica e financeira, aprofundar sua parceria verde e aumentar o diálogo e a cooperação sobre financiamento verde, tecnologias ambientalmente amigáveis e energia limpa.
Von der Leyen disse que a UE e a China são parceiras comerciais importantes uma da outra e que as duas economias são altamente interligadas. A dissociação da China não é do interesse da UE nem da escolha estratégica da UE. A UE define a sua política para a China de forma independente. Deseja reiniciar o Diálogo Econômico e Comercial de Alto Nível e promover um crescimento estável e equilibrado dos laços econômicos e comerciais com a China para benefício mútuo.
Macron destacou que a UE e a China devem trabalhar entre si para se manterem longe da armadilha da dissociação econômica e do corte das cadeias de suprimento, conduzir uma cooperação mutuamente benéfica em pé de igualdade, enfrentar desafios globais prementes, como as alterações climáticas, e continuar aprofundando a parceria estratégica abrangente UE-China.
