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Empresário brasileiro: da universidade chinesa rumo às vendas online

Fonte: Diário do Povo Online    27.03.2023 11h06

Por Beatriz Cunha e Fátima Fu

O empresário brasileiro, Gabriel Freitas, radicado na China há quase 10 anos, veio para o país asiático “sem saber falar Nihao (oi em chinês)”, se inscreveu numa graduação na Universidade de Tecnologia do Norte da China, se graduou e por aqui ficou. Hoje ele atua no mercado de proteína animal e se arrisca no marketing de seus produtos através do Douyin.

O empresário, em entrevista exclusiva ao Diário do Povo, apontou três pontos imprescindíveis que o fazem gostar de morar na China: segurança, desenvolvimento e qualidade de vida. Além disso, ele destacou que o nível de vida das pessoas de classe média não se compara a nenhum outro lugar do mundo. Para ele esses aspectos foram imprescindíveis para escolher a China como seu lar e firmar sua empresa aqui.

O brasileiro, juntamente com um sócio, atua no mercado de importação de carnes em Zhengzhou, na província de Henan, tendo distribuidores oriundos de várias partes do mundo, como JBS, Minerva e Marfrig.

A empresa de Gabriel se beneficia da localização geográfica centralizada, que atrai compradores pela própria facilidade logística do local.

Gabriel lembra que durante a pandemia da Covid-19, os protocolos de importação e do mercado doméstico, além da diminuição do consumo, dificultaram a expansão do seu mercado. Esse cenário foi revertido com a Rich Farm, nova empresa de Gabriel, que pretendia o esvaziamento do estoque de carnes de sua empresa de importação através do varejo.

Para manter a autonomia nas vendas, e seguindo a tendência de mercado, ele começou a atuar com o Livestream, mas optou por não contratar celebridades da internet para divulgar seus produtos. “Queria fidelizar os clientes aos produtos e não à uma celebridade”, explicou ele.

O mercado de livestream tem nuanças muito próprias, disse Gabriel, acrescentando que a quantidade de expectadores e seguidores nem sempre tem relação com o número que vendas, e que o mais importante é ser capaz de vender corretamente.

Ele, que vem aprendendo enquanto faz, está se tornando pouco a pouco uma sensação entre os chineses, especialmente por sua desenvoltura no idioma, que ele modestamente diz não ser tão bom.

O empresário brasileiro disse ao Diário do Povo Online que a atividade de vendas por livestream é extremamente complexa, uma vez que a forma de falar é regida por regras que incluem proibição de certas palavras, que para ele são palavras simples e estão completamente impregnadas no cotidiano.

Gabriel afirma que um dos aspectos positivos desse formato de comercialização é a possibilidade de que outros livestreamers revendam o seu produto, o que aumenta seu fluxo de vendas na plataforma, mesmo que ele não esteja fazendo sua transmissão online no momento.

Gabriel aproveitou a entrevista para dar um conselho àqueles que pensam em se fixar na China: “se você quer fazer alguma coisa faça, não peça ajuda ou dicas”, disse ele, acrescentando que, embora seja um país muito diferente do Brasil, “a China é um lugar que reconhece seu esforço, trabalho e desenvolvimento”. 

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