Com o ajuste das medidas de prevenção epidemiológica da China criou-se condições para a mobilidade das pessoas para o trabalho conjunto. É extremamente urgente, necessário e é de interesse das duas partes, que nós relancemos esta cooperação (da Iniciativa do Cinturão e Rota) para a recuperação econômica, e os dois lados estão a trabalhar nesta direção, disse João Salvador dos Santos Neto, embaixador de Angola na China, em entrevista ao Diário do Povo Online, durante a recepção comemorativa realizada em Beijing para celebrar o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Angola.
Este ano marca o décimo aniversário do lançamento da Iniciativa do Cinturão e Rota. Angola foi um dos primeiros países africanos a participar. O embaixador afirmou que Angola é um país que está estratégicamente bem localizado, e a China está participando de forma muito intensa na reabilitação, modernização e ampliação das infraestruturas angolanas, permitindo que ocorra mobilidade e troca comercial de investimentos de forma recíproca.
Ele espera que empresas chinesas invistam no domínio das infraestruturas, das águas e em vários setores da economia angolana. “Temos a certeza absoluta de que esta dinâmica irá beneficiar os nossos dois países e também muitos outros países que estejam no circuito desta iniciativa”, ressaltou o diplomata.
No seu discurso na recepção, João Neto apontou que quando nos vários esforços para encontrar formas de realizar a imensa tarefa de construir o país, a China ajudou Angola a sair dos escombros. Os resultados obtidos pelos dois países ao longo dos 40 anos de estabelecimento de relações diplomáticas são notáveis. A visita de Qin Gang, novo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, a Angola, serviu para analisar ao mais alto nível a atual cooperação entre os dois países e fazer projeções para o futuro, tendo em conta o atual contexto internacional.
A China não só doou milhares de vacinas e materiais de biossegurança, como também desenvolveu formação para especialistas angolanos em boas práticas para lidar com os múltiplos problemas enfrentados na prevenção e tratamento de pessoas infetadas. No mercado da China, Angola adquiriu milhares de vacinas, várias dezenas de toneladas de materiais hospitalares e várias centenas de equipamentos, numa clara demonstração de confiança na tecnologia e indústria chinesas, salientou o embaixador.
Existe ainda um grande potencial a explorar nos vários setores da economia angolana, e muitas empresas chinesas participam no esforço para o desenvolvimento econômico de Angola. Por exemplo, o projeto do Cafu, o projeto do novo aeroporto internacional de Luanda e o projeto hidroelétrico de Caculo Cabaça, se desenvolvem como uma cooperação entre os dois países, pontuou o diplomata, acresentando que será uma grande oportunidade para os dois países atualizarem e identificarem novas áreas de cooperação, numa perspetiva de ampliação e diversificação.
Jiang Jiang, o vice-presidente da Associação do Povo Chinês para a Amizade com Países Estrangeiros (CPAFFC, na sigla em inglês), participou do evento e proferiu um discurso. Jiang disse que ao longo dos últimos 40 anos, as relações China-Angola têm mantido um elevado nível de desenvolvimento, com o aprofundamento da confiança política mútua e da amizade tradicional, e o compreensão mútua e apoio mútuo em questões relativas a seus respectivos interesses centrais e principais preocupações. A cooperação prática entre os dois países produziu resultados frutíferos, a China vem sendo o maior parceiro comercial, o maior mercado de exportação e uma importante fonte de investimento por muitos anos consecutivos para Angola.
Jiang afirmou que o desenvolvimento de 40 anos das relações China-Angola é o epítome do benefício mútuo e do desenvolvimento comum entre a China e os países africanos. Com o aprofundamento contínuo da cooperação entre os dois lados no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota e do Fórum de Cooperação China-África, as relações China-África continuarão a alcançar maiores conquistas.
O evento foi realizado em conjunto pela CPAFFC e pela Embaixada de Angola na China. Mais de 200 convidados participaram do evento, incluindo representantes do Departamento de Comunicação do Comitê Central do Partido Comunista da China, do Ministério das Relações Exteriores e outros ministérios relevantes, diplomatas da embaixada de Angola na China e das embaixadas de vários países na China.