O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs nesta segunda-feira a criação de um fórum de países para promover o diálogo e a busca da paz entre Rússia e Ucrânia.
Lula fez a declaração em uma entrevista conjunta no Palácio do Planalto com o Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que está visitando o país.
O presidente brasileiro sugeriu a criação de "um clube, ou grupo de países, que se sentem à mesa com a Rússia e Ucrânia para encontrar a paz, porque o mundo está precisando de paz. Estamos no século 21 e estamos com uma guerra que nem sabemos por que começou".
"É necessário formar um grupo que tenha força suficiente e que seja respeitado na mesa de negociações, que converse com os dois", afirmou.
Lula se dispôs, inclusive, se for necessário, a falar pessoalmente com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Perguntado sobre a disposição do Brasil em fornecer munição à Alemanha para que este país a repasse para os ucranianos, Lula foi categórico ao afirmar que seu país não fará isso.
"O Brasil não tem interesse em repassar munições que podem ser utilizadas na guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil não quer participação, nem mesmo indireta, porque é necessário defender a paz, porque a palavra paz está sendo muito pouco utilizada", ressaltou.
O Brasil dispõe de 261 tanques do modelo Leopard-1, de fabricação alemã, que tem um canhão com calibre de padrão antigo, de 105 mm. A Ucrânia quer o envio dos Leopard-2, que usam munição de 120mm, embora também possam utilizar a munição dos Leopard-1. Na semana passada, a Alemanha confirmou que permitirá o envio dos tanques Leopard-2 pedidos pelo governo de Kiev.