O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, manteve na última sexta-feira sua primeira reunião, desde a posse em 1º de janeiro, com os comandantes das Forças Armadas, na qual se discutiu um plano de desenvolvimento para a área militar e para a indústria da defesa.
Participaram do encontro realizado no Palácio de Planalto os chefes do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Força Aérea, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, além do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ministros da Defesa, José Múcio, e da Casa Civil, Rui Costa.
Após a reunião, Múcio disse aos jornalistas que não foram discutidos os eventos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro atacaram o Palácio presidencial e os prédios do Congresso e da Suprema Corte.
"Se me perguntarem se nós tratamos (dos atos) do dia 8, não tratamos. Isso está com a Justiça. Tratamos da capacidade de geração de emprego que o Brasil tem na indústria de defesa", afirmou.
Ainda segundo o ministro, o encontro, que contou com a participação de cinco empresários, incluindo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, tratou da modernização das Forças Armadas, sendo discutidos um possível plano de investimentos para a indústria de defesa brasileira e possíveis iniciativas público-privadas para o setor.
Sobre a posição dos comandantes das Forças Armadas sobre a participação de militares nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, Múcio disse que eles estão de acordo com punições a esse pessoal.
"Os militares estão conscientes e estão de acordo com que sejam tomadas as medidas necessárias. Evidentemente, no calor da emoção, devemos ter cuidado para que as acusações sejam justas e que as penas sejam justas. Mas tudo será feito em seu devido tempo", afirmou.
Na opinião do ministro da Defesa, não voltarão a ocorrer ataques extremistas semelhantes aos de 8 de janeiro.
"Não tenho a menor dúvida de que não haverá outro (ataque) como esse porque as Forças Armadas vão se antecipar", assegurou.