Diante de uma economia global volátil, inflação em um nível alto de décadas e conflitos geopolíticos, as perspectivas para o crescimento econômico chinês se tornaram um tema quente em Davos, na atual reunião anual do Fórum Econômico Mundial (WEF, sigla em inglês).
Sob o tema "cooperação em um mundo fragmentado", muitos participantes disseram acreditar que a otimização da resposta da China à COVID-19 levará a um crescimento mais robusto e próspero e contribuirá para a recuperação da economia mundial.
IMPULSIONADOR CHAVE
Antes da reunião anual do WEF, Saadia Zahidi, diretora-gerente do Fórum, disse à Xinhua que a otimização da resposta à COVID-19 pela China "será um grande impulso ao crescimento global e injetará otimismo de volta à trajetória de médio a longo prazo para a economia mundial. Essa é certamente uma peça crítica."
À medida que a situação epidemiológica geral melhora e a vida e o trabalho voltam ao normal, a vitalidade econômica e social da China será totalmente liberada, injetando mais confiança e força na economia global.
A resposta otimizada da China à COVID-19 "significa muito para a economia global e a energia. E, claro, para o comércio entre a China e o resto do mundo. Isso tem um impacto significativo", disse à Xinhua Haitham Al Ghais, secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Ajustar as medidas é "definitivamente um grande evento, e será um impulsionador chave para o crescimento", disse Laura May-Lung, presidente da Hong Kong Exchanges and Clearing Ltd.
Ela acrescentou que o consumo e o setor manufatureiro chinês estão prestes a se recuperarem, ambos os quais o mundo precisa.
"Há uma grande esperança de que a reabertura da China leve, ao longo de 2023, a um melhor impacto no crescimento global", disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
PERSPECTIVAS OTIMISTAS
A economia da China registrou um crescimento constante em 2022, apesar das pressões, incluindo ressurgimentos da COVID-19 e um ambiente externo complexo, com seu Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 3% ano a ano, para um recorde de 121,0207 trilhões de yuans (US$ 17,95 trilhões), mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas divulgados na terça-feira.
O comércio exterior da China também continua sendo uma força motriz para o crescimento econômico, com o comércio total de bens excedendo a marca de 40 trilhões de yuans pela primeira vez, informou a Administração Geral das Alfândegas da China nesta sexta-feira.
Devido ao desempenho econômico chinês melhor do que o esperado e à forte resiliência da economia do país, vários bancos de investimento internacionais e instituições financeiras, incluindo Morgan Stanley, Goldman Sachs, HSBC, Barclays e Natixis, elevaram sua previsão para a taxa de crescimento econômico da China em 2023.
Bob Moritz, presidente global da PricewaterhouseCoopers (PwC), disse à Xinhua que está otimista com as perspectivas econômicas da China, dada a forte base de consumidores, avanço tecnológico e posição dos principais exportadores do país.
"A China sempre foi muito impressionante ao lidar com desafios. Estou bastante otimista com o resultado", disse o ministro saudita da Indústria e Recursos Minerais, Bandar Alkhorayef, à Xinhua, acrescentando que a China deve desempenhar um papel essencial para ajudar a impulsionar o crescimento econômico global.
FORTE CONFIANÇA GLOBAL
Percebendo as perspectivas otimistas da economia da China, muitos participantes do FEM disseram que estão confiantes na contribuição chinesa para a recuperação econômica global e para fornecer novas oportunidades de mercado.
"Tendo vivido na China por quase quatro anos... Tenho fé na China. Eu sempre disse que quando as pessoas duvidarem da economia chinesa, não descontem a China, a China voltará", disse Al Ghais, acrescentando: "estamos muito confiantes na economia chinesa, na força da liderança e do governo, e no povo da China".
Delegações empresariais da China estão indo para mercados do exterior para impulsionar o comércio e o investimento, apresentando novas oportunidades para as empresas chinesas e seus parceiros internacionais.
Armadas com amplas propostas de negócios e ofertas de investimento, espera-se que essas delegações compartilhem com o mundo os dividendos de desenvolvimento da China e a disposição de fortalecer a cooperação global.
O aumento do consumo e da confiança dos investidores na China levará a uma recuperação do consumo e a um crescimento econômico mais forte, disse o vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Leslie Maasdorp, acrescentando que, com uma economia de cerca de US$ 18 trilhões, a China tem um papel importante a desempenhar na recuperação da economia global.
Maasdorp disse que a China terá um crescimento robusto em turismo e nos setores verdes. "Com novos investimentos nesses setores, também contribuirá de forma muito positiva para o crescimento global."
