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Em 2022, a China e os países de língua portuguesa unem esforços perante desafios e oportunidades

Fonte: Diário do Povo Online    19.12.2022 14h44

2022 está chegando ao fim. Fazendo uma retrospetiva sobre esse ano que termina, vemos que a China e os países de língua portuguesa se ajudaram mutuamente e avançaram de mãos dadas, e que essas relações bilaterais estão criando novas oportunidades de desenvolvimento.

Mecanismos bilaterais e multilaterais constroem consensos sobre cooperação

Com a ajuda de plataformas como o Fórum de Macau e a cúpula do BRICS, a China e os países de língua portuguesa conduziram, este ano, diálogos sobre temas como cooperação no combate à pandemia e governança global, dos quais emergiram amplos consensos.

Em abril de 2022, teve lugar em Macau a Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, na qual foi assinada uma "Declaração Conjunta" com planos específicos para o reforço da cooperação futura entre a China e os países de língua portuguesa em vários domínios e no âmbito do Fórum.

Enquanto detentora da presidência rotativa dos BRICS desde junho, a China realizou com sucesso mais de 100 reuniões e atividades. Entre estas, a 14ª reunião de líderes do BRICS, realizada na China, resultou na ratificação e emissão de uma "Declaração de Beijing" que inclui mais de 70 itens de consenso relativos a 8 domínios, incluindo o fortalecimento e a reforma da governança global e a junção de esforços no combate à pandemia.

Atualmente, a maioria dos países de língua portuguesa aderiram à construção conjunta da iniciativa “Cinturão e Rota”, e uma série diversificada de diálogos e atividades de cooperação e diplomacia pública no âmbito dessa iniciativa tem vindo a reforçar o entendimento mútuo entre ambas as partes.

Cooperação econômica e comercial revela resiliência e potencial

Durante 2022, o ritmo de recuperação econômica internacional sofreu uma quebra devido a múltiplos fatores, como os repetidos surtos de Covid-19 e a crise entre a Rússia e a Ucrânia. Apesar dessa conjuntura adversa, a cooperação econômica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa tem continuado a evoluir de forma sustentada, demonstrando forte resiliência e grande potencial de desenvolvimento.

De acordo com dados estatísticos da entidade alfandegária da China, durante o primeiro semestre de 2022, o volume total de comércio entre a China e o Brasil foi de 82,26 bilhões de dólares americanos, um aumento de 9,0% em relação ao ano anterior. Já o comércio bilateral com Angola totalizou 14,49 bilhões de dólares, constituindo um aumento homólogo de 33,2%. O comércio bilateral com Portugal totalizou 4,61 bilhões de dólares americanos, um aumento de 10,9% em termos homólogos.

O volume de comércio bilateral entre a China e o Brasil ultrapassou os 100 bilhões de dólares por quatro anos consecutivos. Wang Cheng'an, especialista-chefe do Centro de Pesquisa para a China e os Países de Língua Portuguesa da Universidade de Negócios Internacionais e Economia (UIBE) disse em entrevista ao Diário do Povo Online que há três razões principais pelas quais o comércio China-Brasil contrariou a tendência negativa trazida pela pandemia. Em primeiro lugar destacam-se as oportunidades oferecidas pela China, numa altura em que o governo chinês continua a adotar medidas para reabrir ao mundo exterior durante a pandemia de Covid-19, o que se traduz em novas oportunidades para a cooperação China-Brasil. Em segundo lugar estão as forças de mercado, uma vez que o comércio agrícola entre a China e o Brasil é altamente complementar. Em terceiro está a suavização de políticas.

Intercâmbios de recursos humanos promovem vínculos interpessoais

Juntamente com a expansão contínua da cooperação econômica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, os intercâmbios culturais e interpessoais também estão se tornando mais próximos. Desde o início deste ano, uma série de ricas e variadas atividades de intercâmbio cultural aprofundaram o conhecimento e a compreensão entre as culturas chinesa e lusófonas.

Durante a Copa do Mundo no Catar, as belas atuações dos craques do futebol Cristiano Ronaldo e Neymar fizeram os chineses sentir o encanto único da cultura do futebol nos países de língua portuguesa. A embaixada e os consulados brasileiros na China têm realizado ativamente várias atividades culturais temáticas, como festivais de cinema brasileiro, mostras de fotografias e degustação de petiscos brasileiros, mostrando ao povo chinês a rica e diversificada cultura brasileira. Também a Embaixada da China no Brasil e diversos Institutos Confúcio nesse país organizaram em conjunto uma série de atividades práticas do "Dia Internacional da Língua Chinesa", dando aos brasileiros a oportunidade de apreciar o encanto da língua e da cultura chinesas. 

Existem atualmente 22 Institutos Confúcio estabelecidos em países de língua portuguesa, e cerca de 60 universidades chinesas oferecem cursos de língua portuguesa. Enquanto ponte de "laços interpessoais", os intercâmbios linguísticos e culturais farão certamente maiores contribuições para o desenvolvimento geral das relações entre a China e os países de língua portuguesa.

Um futuro de desafios e oportunidades

O ano de 2022 viu a eleição de uma nova liderança central no 20º Congresso Nacional do PCCh, assim como a vitória de Lula da Silva nas eleições presidenciais brasileiras. He Luyang, secretária-geral adjunta do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto Latino-Americano da Academia Chinesa de Ciências Sociais, acredita que após a tomada de posse do novo presidente brasileiro, a política externa do novo governo retornará ao seu tradicional equilíbrio, diversidade e pragmatismo, proporcionando oportunidades favoráveis ao aprofundamento das relações bilaterais entre China e Brasil.

O mundo de hoje entrou em um novo período de turbulência, com o abrandamento da recuperação econômica global e o surgimento de mais instabilidade e incertezas. A China e os países de língua portuguesa enfrentam oportunidades e desafios semelhantes, pelo que, mais do que nunca, as duas partes precisam se unir e cooperar para superar as dificuldades e construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. 

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