No estado de Tocantins, no norte do Brasil, existe uma pequena comunidade quilombola chamada Malhadinha. Os atuais moradores são todos descendentes de escravos fugitivos da época da escravidão. Comunidades semelhantes geralmente estão localizadas em florestas densas ou áreas selvagens com transporte inacessível, e as pessoas vivem na pobreza.
No entanto, desde o ano passado, a vida das mulheres da comunidade quilombola de Malhadinha mudou drasticamente com a abertura oficial de uma fábrica de polpa de frutas, relatou a agência de notícias Xinhua na segunda-feira (21).
A mudança de vida antes e depois do trabalho pode ser descrita como “da água pro vinho", segundo Marlene, uma moradora da vila que antes era dona de casa e agora que está empregada é capaz de comprar utensílios e eletrodomésticos sem precisar parcelar.
A casa da moradora agora também está conectada à Internet, e a mesma aprendeu a fazer uso da ferramenta para contatos comerciais.
Marlene Araújo Dias, trabalhadora de uma fábrica de polpa de frutas, usa um computador recém-adquirido em casa, em 4 de outubro de 2022, na comunidade quilombola Malhadinha, Tocantins, Brasil. (Foto: Wang Tiancong/Xinhua)
A fábrica de polpa de frutas onde Marlene trabalha é patrocinada pela empresa chinesa State Grid no Brasil - State Grid Brazil Holding, ela funciona por meio de um projeto de proteção ambiental chamado “Programa básico ambiental Quilombola”, e conta atualmente com 10 trabalhadores, sendo 9 mulheres.
Anne Luise de Amorim, coordenadora ambiental e social da State Grid Brasil Holding, disse que durante a construção da segunda fase do projeto de transmissão e transformação de energia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a segunda maior hidrelétrica do Brasil, tanto a equipe de construção quanto os moradores passaram a prestar atenção na diversidade local de árvores frutíferas. Quando uniram forças para desenvolver o projeto.
"Depois de muito trabalho, obtivemos a licença de proteção ambiental para a construção da fábrica e a incorporamos ao plano básico de proteção ambiental da empresa. Esperamos que, por meio deste projeto, a comunidade possa alcançar um desenvolvimento sustentável", disse Anne.
Trabalhadores colhem frutas na comunidade Malhadinha, Tocantins, Brasil, em 4 de outubro de 2022. (Foto: Wang Tiancong/Xinhua)
A State Grid Brasil Holding ajudou a vila a concluir a construção do prédio da fábrica em novembro de 2018. Desde 2019, os moradores foram treinados em tudo, desde colher frutas até usar as máquinas e no início de 2021, a fábrica obteve o alvará de funcionamento e entrou oficialmente em operação em agosto do mesmo ano. A polpa produzida na fábrica é proveniente de frutas cultivadas localmente, como acerola, manga, abacaxi e maracujá.
A empresa nacional de abastecimento contratou a fábrica para disponibilizar lanche para alunos do ensino fundamental de escolas públicas. Além disso, a fábrica também foi contratada por alguns hotéis e instituições privadas para fornecimento. A renda média anual dos trabalhadores nas fábricas de polpa de frutas pode chegar a cerca de 8.000 reais (cerca de 11.000 yuans).
