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Primeiro-ministro chinês pede cooperação no Leste Asiático para promover paz e prosperidade

Fonte: Xinhua    14.11.2022 13h17

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu no domingo o compartilhamento de oportunidades e o aprofundamento da cooperação regional para alcançar a paz, a estabilidade e a prosperidade de longa data no Leste Asiático na Cúpula do Leste Asiático (EAS, em inglês).

Li fez as observações ao discursar na 17ª EAS, presidido pelo primeiro-ministro cambojano Samdech Techo Hun Sen, e com a presença de líderes dos países da ASEAN, o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, o presidente dos EUA, Joe Biden, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, a primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern, o vice-presidente indiano Jagdeep Dhankhar, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e outros líderes.

Li disse que os cenários internacional e regional são intrincados e complexos, com aumentos de riscos e desafios de energia, alimentos e finanças. Entretanto, a região manteve a paz e a estabilidade em geral, com a integração econômica regional a continuando a avançar e um sistema estável de cadeias industriais e de abastecimento tomando forma.

À medida que o apelo à paz e ao desenvolvimento entre as pessoas na região está se fortalecendo, os países da região precisam defender o respeito mútuo, aprofundar a cooperação de ganhos recíprocos e enfrentar riscos e desafios juntos, disse ele.

Para o efeito, o primeiro-ministro chinês apresentou três propostas.

Em primeiro lugar, os países precisam manter um diálogo estratégico e conduzir interações construtivas. Como fórum estratégico liderado por líderes, a EAS deve servir como uma plataforma de diálogo para incentivar o engajamento e a consulta entre os países regionais para aumentar a compreensão e a confiança mútuas e gerenciar adequadamente as diferenças, disse Li.

Os países regionais devem evitar a dissociação e menos ainda avançar para o confronto, disse ele. A China está pronta para trabalhar com todas as outras partes para criar condições favoráveis para ampliar e aprofundar a cooperação prática e consolidar as bases para uma paz e estabilidade duradouras no Leste Asiático.

Em segundo lugar, os países precisam buscar uma cooperação mutuamente benéfica e enfrentar riscos e desafios juntos.

Li disse que todas as partes precisam manter a direção certa da globalização econômica e continuar a buscar a liberalização e a facilitação do comércio e do investimento, trabalhar para a implementação sólida da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, em inglês), manter as cadeias industriais e de suprimentos seguras, estáveis e tranquilos e impulsionar o processo de integração econômica regional.

A China acredita que é imperativo salvaguardar a segurança energética e alimentar, fazer esforços conjuntos para enfrentar os desafios climáticos e ecológicos e promover o desenvolvimento sustentável na região, acrescentou Li.

Em terceiro lugar, os países precisam defender a centralidade da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e promover uma arquitetura regional inclusiva.

Li disse que a arquitetura da cooperação regional liderada pela ASEAN acomoda os interesses de todas as partes e está em conformidade com a realidade regional.

Embora a arquitetura possa ser constantemente refinada à luz da evolução da situação, a centralidade da ASEAN como sua própria base não deve ser prejudicada, disse Li, observando que todas as partes devem apoiar a centralidade da ASEAN na cooperação do Leste Asiático.

A China apoia os esforços contínuos para defender a unidade e a cooperação da ASEAN, e a comunidade internacional deve promover um ambiente externo favorável para esse fim, acrescentou.

Li disse que a liberdade de navegação no Mar do Sul da China serve os interesses de todas as partes.

Como o maior comerciante de mercadorias do mundo, a China tem 60% de suas cargas embarcadas através do Mar do Sul da China, disse Li, acrescentando que a China defende a manutenção da paz, estabilidade e rotas marítimas desimpedidas no Mar do Sul da China. De acordo com o espírito da Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China (DOC, em inglês), que está em vigor há 20 anos, e com os princípios do direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a China está pronta a trabalhar com os países da ASEAN para intensificar as consultas do Código de Conduta (COC) com base na construção de consensos, acrescentou.

Todos os lados devem apoiar os países regionais a tornar o Mar do Sul da China um mar de paz, amizade e cooperação, disse Li.

O primeiro-ministro chinês sublinhou que as conquistas que a China fez no seu desenvolvimento econômico e social nas últimas quatro décadas de reforma e abertura são atribuíveis a um ambiente externo pacífico e a uma região estável, que estão em conformidade com os interesses da China.

A China segue uma política externa independente de paz e um caminho de desenvolvimento pacífico, e persegue uma estratégia de abertura de ganhos recíprocos, acrescentou.

A China continuará a trazer oportunidades para outros países do mundo com seu próprio desenvolvimento e está pronta para fortalecer o diálogo e a cooperação com todas as partes para conjuntamente tornar o Leste Asiático um lugar melhor e preservar a paz e a prosperidade do mundo, disse Li.

Os participantes discutiram questões de hotspot internacionais e regionais na reunião.

Sobre a crise da Ucrânia, Li assinalou que a China sempre defende o respeito à soberania e integridade territorial de todos os países, respeitando os propósitos e princípios da Carta da ONU, apoiando todos os esforços para resolver pacificamente a crise, exercendo contenção racional e se opondo ao uso ou ameaça de uso de armas nucleares.

As armas nucleares não podem ser usadas, e as guerras nucleares não devem ser travadas, disse ele, instando a manter uma ordem mundial pacífica.

Li também elaborou a posição de princípios da China sobre a situação na Península Coreana, Mianmar e em outros assuntos.

Os líderes presentes na reunião disseram que, diante das tensões internacionais e dos múltiplos desafios, os países regionais devem permanecer unidos, aderir ao respeito mútuo, conduzir o diálogo e a cooperação, praticar o multilateralismo aberto e inclusivo, salvaguardar interesses comuns e enfrentar desafios comuns.

Eles disseram que a EAS deve continuar a desempenhar seu devido papel na promoção do diálogo estratégico e da cooperação substantiva, fortalecer a centralidade da ASEAN na cooperação do Leste Asiático, aprofundar a cooperação em economia, comércio, energia, alimentos, conectividade, economia digital e mudança climática, e promover conjuntamente a recuperação econômica e o desenvolvimento sustentável, de modo a construir um Leste Asiático pacífico, harmonioso e próspero.

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