A 27ª sessão da Conferência das Partes (COP27) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas começou no domingo (6) na cidade costeira de Sharm El-Sheikh, no Egito, introduzindo pela primeira vez o financiamento para perdas e danos na agenda.
Sameh Shoukry, ministro das Relações Exteriores egípcio e presidente da COP27, afirmou durante a entrevista coletiva de abertura que está satisfeito em ver as Partes concordarem em introduzir o financiamento para perdas e danos como um item da agenda, acrescentando que o mundo precisa de um "salto qualitativo para enfrentar os desafios da mudança climática".
O termo "perdas e danos" nas negociações climáticas da ONU refere-se a despesas já incorridas como resultado dos impactos das mudanças climáticas, como aumento do nível do mar ou ondas de calor extremas.
Embora o financiamento climático atual se concentre em reduzir as emissões de carbono para evitar as mudanças climáticas no futuro, estabelecer um fundo de "perdas e danos" significa compensar os países que não podem evitar ou "se adaptar" às mudanças que já ocorreram.
O diplomata egípcio observou ainda que inúmeros ônus e crises são trazidos pelo atual ambiente geopolítico global, acrescentando que eles precisam ser tratados para que não afetem o progresso no cumprimento dos compromissos relacionados ao combate às mudanças climáticas.
Shoukry observou que os países do continente africano estão entre os países que sofrem com os problemas e questões das mudanças climáticas.
"Os países do continente africano mostraram sua vontade de enfrentar as mudanças climáticas, mas precisam de apoio", ponderou Shoukry.
O ministro egípcio presidiu uma reunião no domingo para finalizar a agenda da COP27, que incluiu vários itens que visam se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas, mitigar suas repercussões negativas e formas de fornecer financiamento climático.
Durante a reunião, Shoukry destacou a necessidade de enfrentar os efeitos negativos das mudanças climáticas durante a conferência de duas semanas, onde mais de 40.000 participantes de mais de 190 países e dezenas de organizações internacionais e regionais pretendem trabalhar juntos em busca de possíveis soluções para um dos maiores desafios que o mundo enfrenta.
Enquanto isso, o presidente egípcio Abdel-Fattah al-Sisi afirmou que a COP27 chega num momento muito sensível em que o mundo está exposto a "perigos existenciais".
"Não há dúvida de que esses perigos e desafios exigem ação rápida de todos os países para estabelecer um roteiro de resgate que proteja o mundo dos efeitos das mudanças climáticas", observou Sisi em comunicado oficial publicado em sua página no Facebook.