Iara Vidal
A música não tem idiomas, é uma linguagem universal e que fala direto com a nossa alma. Mas ela pode ter sotaque. Como as canções chinesas com as quais tive meu primeiro contato ao vivo, em cores e em alto e bom som. É um sotaque suave e forte, robusto e delicado. Um presente sensorial.
Há alguns dias eu e colegas do programa assistimos a um concerto no Centro Nacional de Artes Cênicas de Beijing. Lá eu me senti em casa, pois é um prédio moderno, cheio de linhas e curvas e que me transportou para a minha cidade natal, Brasília (DF), capital do Brasil.
O prédio que abriga o Grande Teatro Nacional é carinhosamente chamado de 'O Ovo Gigante'. Lá funciona um centro de artes com salas de ópera, de música, de teatro e espaço para exposições de arte, restaurantes, lojas e outras instalações de apoio.
Projetado pelo arquiteto francês Paul Andreu, foi inaugurado em 2007 e é o maior complexo de teatros da Ásia. Tem um formato semi-esférico, mede 212,20 metros no eixo longo na direção leste-oeste e 143,64 metros no eixo curto na direção norte-sul. Tem 46,285 metros de altura e ocupa uma área de 119.900 metros quadrados, tem uma área total construída de cerca de 165 mil metros quadrados que inclui 105 mil metros quadrados de edifícios principais e 60 mil metros quadrados de instalações subterrâneas auxiliares.
As roupas dos músicos me chamaram a atenção. As mulheres vestiam blusa azul em estilo chinês e saia longa preta, as duas peças de tecido acetinado e, quando sentadas, dava a sensação de que flutuavam. As que tocavam percussão usavam calça preta. As artistas convidadas e a mestre de cerimônias usavam vestidos de gala longos. Os homens trajavam calça e blazer pretos com camisa social branca de gola Mao que, para os músicos, tinha uma faixa preta na aba frontal e, para o maestro, era toda branca.
'Clássicos vermelhos' foi o nome do espetáculo que assistimos, com performance da Orquestra Sinfônica do Central Conservatório de Música de Beijing de canções que celebram a grande marcha da República Popular da China.Tive a oportunidade de conhecer vários instrumentos musicais chineses e de outros países asiáticos. Confira alguns deles:
Suona
A Suona é um instrumento de sopro cujo formato lembra um trompete e também é chamado de Dida, Laba ou Haidi. É um instrumento musical tradicional chinês com chifre duplo. O design básico se originou no Irã antigo e era chamado de "Surna". Apareceu na China por volta do século III. Tem um som distintamente alto e agudo e é usado com frequência em conjuntos de músicas tradicionais chinesas, principalmente nas apresentações ao ar livre.
Banhu
O Banhu é um instrumento com duas cordas, é mantido verticalmente, e o cabelo arco passa entre as duas cordas. A caixa de som geralmente é feita de uma concha de coco em vez de madeira e uma tábua fina de madeira.
Satar
O Satar é um alaúde tradicional com cerca de 140 cm de comprimento, com uma tigela cerca de 16,5 cm no ponto mais largo, com cerca de 15 cm de profundidade. É usado pelo povo uigur, da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no oeste da China.
Fonte: Revista Forum