Um caso de varíola foi relatado na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, na sexta-feira (16). É a primeira vez que a doença é descoberta no continente chinês, após relatos de casos nas regiões chinesas de Taiwan e Hong Kong.
O paciente chegou do exterior e a varíola foi encontrada durante a quarentena do Covid-19, disseram relatos da mídia, citando as autoridades de saúde de Chongqing.
O paciente apresentou sintomas como erupção cutânea e foi diagnosticado com varíola dos macacos por especialistas chineses, de acordo com relatos da mídia.
Atualmente, o paciente está recebendo tratamento em um hospital designado e está em condição estável. Os contatos próximos do paciente foram todos colocados em quarentena, afirmaram relatos da mídia.
O paciente foi colocado em quarentena imediatamente após a chegada a Chongqing, portanto, há baixo risco de transmissão do vírus para as comunidades locais, segundo relatos da mídia citando especialistas. O paciente testou negativo para Covid-19.
A notícia veio cerca de uma semana depois que Hong Kong relatou o primeiro caso de varíola detectado na cidade. O paciente também chegou no desembarque internacional apresentando sintomas durante a quarentena. Antes disso, a varíola havia sido relatada em Taiwan em junho.
A varíola do macaco é uma doença viral que foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência de saúde global em 23 de julho. O vírus que leva à varíola dos macacos é transmitido aos seres humanos através do contato próximo com um animal ou pessoa infetada, gotículas ou objetos contaminados por vírus. O vírus pode ser transmitido de mãe para bebê através da placenta, e a transmissão sexual não pode ser descartada, de acordo com as diretrizes de diagnóstico e tratamento da varíola dos macacos que as autoridades de saúde chinesas emitiram em junho.
De 1º de janeiro a 4 de setembro de 2022, 52.996 casos confirmados em laboratório de varíola e 18 mortes foram relatados à OMS em 102 países e regiões, de acordo com um relatório da OMS divulgado em 7 de setembro.
Desde o início de maio deste ano, casos de varíola dos macacos foram relatados em países onde a doença não é endêmica e continuam a ser relatados em vários países onde é endêmica. Esta é a primeira vez que muitos casos e aglomerados de varíola dos macacos foram relatados simultaneamente em países não endêmicos e endêmicos em áreas geográficas amplamente díspares, segundo a OMS.
Wu Zunyou, epidemiologista-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, alertou em junho, após os relatos de varíola em Taiwan, que era apenas uma questão de tempo até que a varíola fosse encontrada em Hong Kong, Macau e no continente.
Em um fórum em agosto sobre pesquisa e resposta ao vírus da varíola, Gao Fu, ex-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, e Zhang Wenhong, chefe do departamento de doenças infeciosas do Hospital Huashan, entre outros especialistas, sugeriram que as autoridades chinesas deveriam manter alta vigilância, realizar vigilância rigorosa e emitir sinais de alerta oportunos para ajudar os pesquisadores a desenvolver contramedidas contra a varíola dos macacos.
Lu Hongzhou, chefe do Terceiro Hospital Popular de Shenzhen, disse ao Global Times que os relatos de casos importados de varíola na China não são surpreendentes, mas no geral a doença representa pouca ameaça para as comunidades chinesas.
Os surtos regionais podem ser evitados desde que as infeções por aglomerado entre os grupos de alto risco sejam evitadas por meio de medidas eficazes de controle epidêmico e detecção oportuna, disse Lu.
Lu também sugeriu uma rigorosa inspeção alfandegária de quarentena para evitar casos importados.
Especialistas observaram que alguns países europeus, incluindo Alemanha e Holanda, já estão vendo uma clara desaceleração do surto, demonstrando a eficácia das intervenções de saúde pública e o envolvimento da comunidade para rastrear infeções e prevenir a transmissão.
