Políticas de apoio definidas para aumentar a vitalidade das empresas
Espera-se que o comércio exterior da China se expanda de forma constante nos próximos meses, impulsionado pelas políticas de apoio do governo e pela resiliência de sua cadeia industrial na indústria eletromecânica, segundo especialistas na quarta-feira.
Em agosto, o valor do comércio exterior de bens da China cresceu 8,6% em relação ao ano anterior, para 3,71 trilhões de yuans (US$ 531,6 bilhões), e o número atingiu 27,3 trilhões de yuans nos primeiros oito meses deste ano - um aumento de 10,1% em relação ao ano anterior, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas.
Embora a taxa de crescimento em agosto tenha sido mais lenta em comparação com o crescimento anual de 16,6% de julho, devido à alta base do ano passado e ao enfraquecimento da demanda global, os especialistas referem que o comércio exterior da China será capaz de manter um crescimento de dois dígitos no segundo semestre do ano, e deverá ser um dos principais motores do seu crescimento económico este ano.
"Muitas empresas globais provavelmente voltarão para a China no quarto trimestre, já que as infeções com as novas subvariantes da Omicron aumentaram no Vietnã, perturbando sua cadeia de suprimentos para clientes estrangeiros, especialmente na fabricação de mão-de-obra intensiva", disse Bai Ming, vice-diretor de pesquisa de mercado internacional na Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica em Beijing.
"Acordos bilaterais e multilaterais de livre comércio, como o Acordo Regional de Parceria Econômica Abrangente (RCEP), serão ferramentas práticas para a China firmar seu crescimento no comércio exterior", acrescentou Bai.
O aumento do custo dos materiais de produção e dos preços da energia na Europa e na Coreia do Sul, bem como o declínio nos custos de frete internacional, garantirão a continuidade da demanda global por produtos chineses nos próximos meses, disse Su Qingyi, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
O comércio da China com os estados membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático – seu maior parceiro comercial – subiu 14 por cento anualmente, para 4,09 trilhões de yuans, entre janeiro e agosto. Além disso, seu comércio com a União Europeia aumentou 9,5%, para 3,75 trilhões de yuans.
O valor total do comércio entre a China e os Estados Unidos cresceu 10,1% em relação ao ano anterior, para 3,35 trilhões de yuans. O comércio exterior da China com os outros 14 membros do RCEP aumentou 7,5% de janeiro a agosto, segundo dados da alfândega.
As políticas de apoio do país, como a aceleração da negociação de acordos de livre comércio com mais países e o incentivo a novos formatos de comércio, incluindo o comércio eletrônico transfronteiriço, impulsionarão ainda mais as exportações, afirmou a porta-voz do Ministério do Comércio, Shu Jueting.
As exportações de produtos eletromecânicos, como computadores, veículos e smartphones, aumentaram 9,8% em relação ao ano anterior, para 8,75 trilhões de yuans entre janeiro e agosto, representando 56,5% do valor total das exportações do país.
Zhou Maohua, analista do China Everbright Bank, disse que o crescimento de dois dígitos do comércio exterior nos primeiros oito meses do ano refletiu a prosperidade do setor manufatureiro da China e sua cadeia de suprimentos.
"A estrutura de exportação da China foi notavelmente otimizada, com as exportações de produtos eletromecânicos aumentando proporcionalmente no comércio exterior", disse Zhou.
Ele disse que o crescimento das exportações de produtos de mão-de-obra intensiva da China também demonstra que a competitividade do país neste setor se manteve rentável, apesar da alta inflação em muitos mercados estrangeiros.
As exportações da China de produtos de mão e obra intensiva aumentaram 14,1% em relação ao ano anterior, para 2,81 trilhões de yuans nos primeiros oito meses, segundo dados da Alfândega.
O forte desempenho do comércio exterior da China ajudará a impulsionar o crescimento econômico do país e estabilizar seu mercado de trabalho no segundo semestre de 2022, disse Feng Yaoxiang, diretor do departamento de promoção de comércio e investimentos do Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional em Beijing.
