O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira que as forças de segurança apreenderam 23,9 toneladas de minérios (cassiterita, ouro e mercúrio) e 36 aeronaves, além de prender 25 pessoas na Operação Guardiões do Bioma, realizada em terras indígenas contra a exploração ilegal de minérios.

Segundo divulgou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a operação foi realizada entre 5 de julho e 7 de agosto na Terra Indígena Yanomami, em plena Amazônia.

De acordo com o Diretor de Operações do Ministério da Justiça, Fernando Oliveira, as operações têm como objetivo "tornar inviável" o comércio do garimpo ilegal.

"O foco é o estrangulamento da logística do garimpo. Sabemos que dentro das terras indígenas, o garimpo tem uma logística, uma cadeia logística muito forte que inclui aeronaves, combustível, suprimento, alimentação, internet, rádio de comunicação, e o foco dessa operação é combater essa cadeia logística, é estrangular, fazer com que esse suprimento não chegue de forma alguma aos garimpeiros", ressaltou.

A operação, que contou com a participação de 12 instituições federais, também fiscalizou aeródromos, pistas de pousos, aeroportos, pontos de abastecimento e aeronaves; bloqueios fluvial e rodoviário; monitoramento de hectares; destruição de motores, geradores e esteiras, além de medidas administrativas. Também foram feitos 712 atendimentos de saúde à população indígena.

Maior reserva indígena do país, a Terra Indígena Yanomami é alvo recorrente de garimpeiros que extraem ouro e cassiterita da floresta. A ação impacta diretamente na vida dos indígenas, os mais afetados pela destruição ambiental causada pela exploração dos minérios.

A estimativa é que mais de 20 mil garimpeiros atuam ilegalmente na reserva, onde vivem mais de 28 mil pessoas do povo Yanomami.