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Brasil está na vanguarda mundial para exportar energia verde ao mundo e ajudar a descarbonização, afirma min

Fonte: Xinhua    29.07.2022 08h33

O Brasil está na vanguarda mundial para exportar energia verde a outros países e contribuir assim para a descarbonização do mundo, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em entrevista à Xinhua.

"O Brasil é um exemplo para o mundo no tema das energias renováveis e é o primeiro país que visa a exportação de energia limpa, não há outro com essas características. O Brasil está na frente de outros países mostrando que é parte da solução global para uma nova economia verde, neutra em emissões", assegurou.

Na terça-feira, o Brasil iniciou a construção da maior fábrica de hidrogênio verde do mundo, situada no polo petroquímico de Camaçari, no estado da Bahia (nordeste) e que será operada pela multinacional química brasileira Unigel.

A planta da Unigel permitirá que o Brasil fabrique inicialmente 10.000 toneladas anuais de hidrogênio verde no final de 2023, que poderão ser convertidas em 60.000 toneladas de amoníaco verde e, em uma segunda fase, espera-se multiplicar as cifras por quatro.

Leite explicou que o governo brasileiro aposta nas energias renováveis, como o hidrogênio verde, que devem reduzir consideravelmente as emissões de gases poluentes na atmosfera.

"Queremos ampliar esta nova economia verde. O governo federal tem um programa de crescimento verde industrial, para ver como podemos incentivar a indústria a usar combustível como o do futuro, o hidrogênio verde", comentou.

Segundo o ministro, a região do nordeste do país, que tem sol durante todo o ano, vento e mar, o que permite a instalação de energia eólica, deve se consolidar como o principal polo de produção de energia limpa do país.

"Queremos incentivar a industrialização desta nova economia, principalmente no nordeste do Brasil, que tem uma oportunidade única pelo volume de energia limpa solar, em terra e no mar. Temos uma capacidade de instalação equivalente a 50 centrais hidrelétricas de Itaipu no mar, segundo vários estudos. Temos uma oportunidade gigantesca de uma industrialização baseada na energia verde", ressaltou.

"No nordeste, temos sol e vento constante e vento sem tempestade. É raro ter essas características naturais, No nordeste, se pode triplicar a produção da energia eólica e da solar também. A energia solar já superou a do gás natural como a terceira maior fonte energética do Brasil, fazendo com que as três principais fontes energéticas que temos sejam a hidráulica a eólica e a solar, que são fontes que podem ser exportadas porque temos energia excedente", comentou.

Para o ministro do Meio Ambiente do Brasil, o litoral do nordeste do país "tem uma peculiaridade que é a água não ser profunda, é uma água rasa e, sem prejudicar o turismo, podem ser construídas fazendas de vento no meio do mar para gerar energia limpa e produzir hidrogênio para ser exportado. No futuro, se poderá abastecer navios no meio do mar, em uma plataforma com energia eólica marítima", previu.

Leite disse que a fábrica que a Unigel construirá "é o primeiro passo do projeto no qual o Brasil tem a oportunidade de descarbonizar indústrias, principalmente no transporte marítimo ou nas siderúrgicas. O mundo passa hoje por uma crise de energia e o Brasil é parte da solução, com a exportação de energia limpa. O mundo nunca pensou na possibilidade de gerar energia para exportar e o hidrogênio e o amoníaco verde são a forma de exportar energia para países que querem se descarbonizar, indústrias pesadas, indústrias de transporte marítimo", destacou.

Atualmente, o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. "O Brasil é líder em energia limpa por uma característica, 85% de sua energia é renovável. Os outros países que podem produzir hidrogênio verde, vão usá-lo para sua própria indústria porque ainda não têm o volume de renováveis do Brasil. Somos um exemplo para o mundo neste caso e seremos o primeiro país a exportar energia limpa. Não há outro país com essa característica", enfatizou o ministro do Meio Ambiente.

Nesse sentido, Leite explicou que, diferente de muitos países com mar, o Brasil tem a sorte de poder produzir energia eólica offshore porque seu litoral não sofre tempestades de vento.

"Temos características naturais, um vento sem tempestades. Muitos países que tentam produzir energia eólica offshore têm dificuldade porque são regiões com muitas tempestades, o que encarece o processo de geração e produção de energia eólica no mar. O Brasil tem uma das produções de energia eólica no mar mais baratas", afirmou.

"Além disso, outra característica do Brasil é ter água em abundância e a água reutilizada, como a usada no transporte de minério, pode se transformar em hidrogênio e fazer com que esta cadeia ocorra de forma completamente sustentável. O Brasil está na frente e mostrará outra vez que pode contribuir com todos os países que quiserem usar uma energia limpa 100% renovável", acrescentou.

Joaquim Leite informou que, atualmente, o Brasil tem "14 GW de energia solar e 21 GW de energia eólica e a previsão é que a solar quintuplicará e a eólica triplicará nos próximos anos. Estamos convencidos que o Brasil pode garantir a segurança energética de energia limpa para o mundo. Acredito que o Brasil está nesta direção e queremos incentivar esta nova energia verde."

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