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Ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff considera que China passou a ser referência na luta anticapitalista

Fonte: Diário do Povo Online    15.06.2022 13h37

Numa entrevista recente no programa 20 MINUTOS ENTREVISTA, a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff afirmou que a China se tornou referência na luta anticapitalista, em contraponto ao neoliberalismo liderada pelos Estados Unidos.

“Acompanho muito a experiência chinesa, com inovações principalmente na capacidade do socialismo chinês de mercado. Acho muito interessante”, disse durante a entrevista ao jornalista Breno Altman, fundador do Opera Mundi.

Atenta à expectativa de que o processo chinês de transformação se cumpra nos planos social, econômico, cultural e democrático, Dilma atribuiu à escalada neoliberal pós-golpe de 2016 a disparada da fome no Brasil, que hoje atinge 33 milhões de pessoas, citando o desempenho da China na erradicação da pobreza extrema.

Além de observou durante o programa que nenhum país voltou ao mapa da fome depois de superá-lo, com exceção do Brasil.

A emergência do projeto alternativo na China coincide com o processo de corrosão da hegemonia dos Estados Unidos, inexorável na opinião da ex-presidente. Denunciando os norte-americano pela guerra na Ucrânia, ela recorreu aos teóricos da Guerra Fria, como George Kennan, Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski para descrever o “erro fatídico” da permissão, por parte dos EUA, de uma aliança entre Rússia e China.

“Parece o caminho da insensatez, eles contrariarem os próprios interesses. Não é possível supor que isolarão a Rússia”, avaliou. “Cuba tem 60 anos de sanção nas costas e a única coisa que conseguiram foi empobrecer a sociedade cubana, mas não demoveram Cuba do seu processo histórico. Fizeram a mesma coisa com a Venezuela, só que agora fizeram com a segunda potência nuclear, e estão paralisados.”

Em sua opinião, as sanções desencadeadas contra a Rússia são extremamente graves, pelo grande poder de disruptura que possuem. "Desta vez ficou muito clara a transformação do dólar em arma de guerra", disse.

O domínio unipolar norte-americano resultante da dissolução da União Soviética, em 1989, tenderia agora para uma relação principal de bipolaridade entre Estados Unidos e a aliança sino-russa. De lá para cá, com a financeirização do capitalismo, esvaziou-se a indústria do país de Joe Biden, em detrimento de redes de fornecimento espalhadas internacionalmente, nomeadas por Dilma de redes globais de valor, um sistema ao qual a China emergente se integrou. 

Fonte: Opera Mundi

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