Chanceler brasileiro critica sanções do Ocidente à Rússia

Fonte: Xinhua    20.05.2022 09h53

O chanceler brasileiro, Carlos França, criticou na quarta-feira as sanções impostas pelos países do Ocidente à Rússia devido ao conflito na Ucrânia e disse que elas afetam os países em desenvolvimento, que dependem da importação de alimentos e outros produtos básicos.

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, França declarou que "as sanções impostas agravam os efeitos econômicos do conflito e geram um impacto cada vez mais evidente sobre as cadeias de suprimentos de produtos essenciais. As sanções impostas buscam preservar os interesses imediatos de um pequeno grupo de países prejudicando, ao mesmo tempo, a larga maioria da comunidade internacional, sobretudo no mundo em desenvolvimento".

Segundo o ministro, as sanções afetam a capacidade de vários países de adquirirem insumos e produtos necessários para a segurança alimentar no mercado internacional. Ele alertou que inúmeras nações adotaram medidas para evitar exportações, temendo um desabastecimento que afetará a outras.

"Por todos os continentes vemos países em desenvolvimento e alguns muito pobres sofrerem dificuldades, não apenas para importação de gêneros essenciais, mas também na exportação de produtos nos quais são competitivos, tudo isso em decorrência das restrições hoje em vigor no sistema internacional de pagamentos, por conta das sanções", lamentou França.

O chanceler reiterou a posição do governo brasileiro de rejeitar uma adesão automática a um dos lados do conflito entre Rússia e Ucrânia e citou Índia e Turquia como exemplos de países que adotaram a mesma postura.

França disse que o país defende um cessar-fogo imediato entre as partes e a busca do diálogo para a superação do conflito.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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