Uma placa de apoio ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, é vista do lado de fora do Tribunal de Magistrados de Westminster em Londres, Grã-Bretanha, no dia 20 de abril de 2022. (Xinhua/Li Ying)

Londres, 20 abr (Xinhua) -- O Tribunal de Magistrados de Westminster da Grã-Bretanha emitiu uma ordem formal na quarta-feira para extraditar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos para enfrentar acusações de espionagem.

A decisão de aprovar a extradição agora cabe à ministra britânica do Interior, Priti Patel, embora os advogados de Assange ainda possam recorrer em 14 dias contra qualquer decisão que aprove a extradição.

"Em termos leigos, tenho o dever de enviar seu caso ao Secretário de Estado para uma decisão", disse o magistrado, Paul Goldspring, após emitir a ordem de extradição.

No mês passado, a Suprema Corte da Grã-Bretanha negou permissão a Assange para apelar contra uma decisão da Suprema Corte de extraditá-lo para os Estados Unidos.

Assange, 50 anos, é procurado nos Estados Unidos por alegações de divulgação de informações de defesa nacional após a publicação do WikiLeaks de centenas de milhares de documentos militares vazados relacionados às guerras do Afeganistão e do Iraque há uma década, que incluíam um vídeo de helicóptero Apache documentando os militares dos EUA abatendo jornalistas e crianças da Reuters nas ruas de Bagdá em 2007.

Ele está detido na prisão de alta segurança Belmarsh, no sul de Londres, desde 2019. Ele se casou com sua parceira de longa data, Stella Moris, advogada, na prisão no mês passado.

O pedido dos EUA para extraditar Assange da Grã-Bretanha é politicamente motivado, disse Moris em dezembro passado.

O pedido de extradição dos EUA para Assange é uma retaliação disfarçada, e isso constitui mais um exemplo dos Estados Unidos invadindo a soberania de outros países, disse Moris.

"Os Estados Unidos estão abusando de seu poder real, de sua capacidade de fazer com que outros façam o que querem por causa de seu poder, para silenciá-lo, porque ele envergonhou partes dos Estados Unidos", disse Moris na época.

Advogados dos Estados Unidos disseram anteriormente que Assange poderia ser transferido para a Austrália, seu país natal, para cumprir qualquer sentença de prisão que possa receber.